Categoria: Bip na Mídia

O dia em que o futuro chegou. E mudou tudo

08 de Maio de 2020 – Revista Istoé Dinheiro Poucas gerações têm o privilégio, sem dúvida assustador, de assistir ao futuro chegar. A má notícia é que ele não vem pronto. A boa: pode ser construído com menos imperfeições. As lideranças do mundo do trabalho ouvidas pela DINHEIRO neste painel permitem, de forma extraordinária, jogar um pouco de luz sobre o que vivemos. E o que virá. Uma coisa é certa. Não há consenso. Mas outra certeza se impôs: há convergência. Todos afirmam que a melhor saída para a crise exige soluções colaborativas. O santo graal do mundo produtivo, a Transformação Digital, chegou acelerada por um vírus. “Será uma reinvenção digital que nos levará à hipercolaboração”, diz Tonny Martins, presidente da IBM Brasil. “Conveniência e personalização juntas, com tecnologia humanizada através da Inteligência Artificial.” Um cenário de participação e comunidade compartilhado por Liel Miranda, presidente da Mondelez no Brasil. “O período de isolamento despertou nas pessoas, e nas empresas, a importância ainda maior de contarem umas com as outras para realizarem algo.” A mesma percepção de Leyla Nascimento, a vice-presidente de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil). “É impossível sairmos dessa crise sem uma reflexão pessoal — nós e o outro, de como juntos podemos melhorar as relações humanas.” Uma linha de raciocínio que se costura pelos entrevistados. Mas não será um caminho sem chances razoáveis de erros e fracasso. “Ao longo da história as crises nos ensinaram várias coisas, entre elas a de que nem sempre o período posterior é dos melhores”, diz Marcel Cheida, professor de jornalismo e ética na PUC de Campinas. O alerta faz sentido. O admirável mundo novo pode não ser tão admirável. Os entrevistados afirmam que não será pela inércia que a transformação digital e uma nova cultura comportamental surgirão. Fernando Pimentel, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), define a era pré-pandemia como de “conflito, nacionalismo e polarização”. O mundo pós-pandemia ele define como de “conflito, nacionalismo, polarização. E solidariedade”. Nessas horas entram em cena as pessoas que fazem. Luciano Araújo é um designer paulistano dono da Botões Clássicos, inicialmente uma pequena e artesanal produção de times de futebol de mesa. A iniciativa o levou a ser dono de um bar, que sedia campeonatos em torno do botonismo, e culminou num projeto de voluntarismo no Capão Redondo, periferia extrema de São Paulo. No começo da pandemia, ele e parceiros do projeto arrecadaram e distribuíram 23 toneladas de alimentos a 1,5 mil famílias cadastradas. Solidariedade. Mas também posicionamento de marca em alto nível. “Acredito que identidade e responsabilidade social serão fundamentais para os negócios. As pessoas vão se identificar com empresas que tenham em sua essência o envolvimento social.” DIGITAL AGORA Um combo “solidariedade + mundo verdadeiramente digital”. Muitas organizações não conseguiam cruzar a fronteira, alcançar a plenitude digital. As que alcançavam tornavam-se sem estofo mundo real. Um limbo. Um espaço em suspenso que parece ter chegado ao seu fim. Ricardo Balkins, sócio-líder da Indústria de Consumer Business da Deloitte diz que o cenário pré-Covid-19 era definido pela expressão “o consumo digital é o futuro”, substituída por “o consumo digital é agora”. Há, no entanto, uma sutileza que nem todas as marcas parecem ter percebido com a crise. Ser digital não elimina o fator humano. Juntar pitadas generosas de sensibilidade no mundo da transformação digital aparenta ser o caminho. E aqui nasce, junto da transformação digital, o novo consumidor. Com um pacote de novos hábitos aprendidos e assimilados em tempo recorde — e de forma compulsória, com a quarentena. No setor de serviços, por exemplo, a modelagem de negócios deve mudar rapidamente. Claudia Toledo, general manager da Elsevier Brasil, diz que o setor pensará em receita recorrente. “As empresas de serviços devem adotar um modelo de assinatura.” Só assim sobreviveram a cenários como o da pandemia. E porque assim o novo consumidor passou a ter e exigir. Renato Mansur, diretor de Canais Digitais no Itaú Unibanco, diz que crises como essa impõem mudanças de rotina. “E acabam tendo consequências duradouras sobre certos comportamentos e padrões de consumo.” Uma avaliação com a qual Karel Luketic, head de marketing e conteúdo da XP, concorda. “A pandemia nos trouxe muitos aprendizados, mas os principais são o encontro do equilíbrio nas rotinas e na saúde, além de aprendermos a trabalhar de forma mais digital e flexível”, afirma. Isso deverá impactar, inclusive, instituições públicas. O Estado. Margot Greenman, CEO e cofundadora da Captalys, diz que as administrações públicas serão obrigadas a se digitalizar. “Mudarão completamente a forma que os cidadãos interagem como seus governos.” Mudará tudo, enfim. Do varejo aos serviços, da solidariedade às relações do consumidor cidadão com as marcas e os governos. Jonah Peretti, fundador do Buzzfeed, sempre disse que nunca mirou na tecnologia, mas sim no comportamento. E o novo padrão ensinado pela pandemia fez finalmente que a transformação digital surgisse para todos. “Tínhamos um mundo mais tribal, muitas tribos. Com a crise, a gente está passando por um processo de maior interesse na coletividade, na comunidade expandida”, diz VanDyck Silveira, CEO da Trevisan Escola de Negócios. “Uma comunidade de ajuda mútua, de maior harmonia.” Os 100 entrevistados pela Dinheiro DINHEIRO agradece em especial a cada um de nossos 100 entrevistados, cuja inteligência coletiva e colaborativa permitiu a construção deste painel:Aldo Macri, diretor (Sindilojas), Alexandre Sgarbi, diretor-executivo (Cosin Consulting), Alvaro Furtado, presidente (Sincovaga), Amure Pinho, presidente (ABStartups), André Coutinho, líder de mercados (KPMG), André Friedheim, presidente (ABF), André Zukerman, CEO (Zukerman Leilões), Andrea Kohlrausch, presidente (Calçados Bibi), Antônio Cabrera Mano Filho, presidente (CMLE), Augusto Lins, presidente (Stone Pagamentos), Aury Ronan Francisco, diretor financeiro (Grupo Movile), Bernardo Gomes, CEO (Sinqia), Beto Filho, presidente (ABF – RJ), Carlos do Carmo Andrade Melles, presidente (Sebrae), Carlos Eduardo Curioni, CEO (Elo7), Carlos Mira, CEO e fundador (TruckPad), Carlos Wizard Martins, CEO (Grupo Sforza), Claudia Toledo, general manager (Elsevier), Cristiano Cardoso Teixeira, diretor-geral (Klabin), Daniel Domeneghetti, CEO (E-Consulting), Davi Holanda, CEO (Acesso Bank), Diogo Lupinari, CEO (Wevo), Dionaldo Passos, CEO (Navita), Edison Tamascia,

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Muita coisa para acertar

27 de abril de 2020 – Valor Econômico, suplemento Infraestrutura e Logística. Simone Goldberg A venda de oito das treze refinarias da Petrobras – adiada em virtude da pandemia do coronavírus – criou uma expectativa de maior competição e abertura no mercado de derivados, desde que foi anunciada no ano passado. No entanto, analistas do setor não são tão otimistas e apontam diversos fatores que precisam ser tratados antes de o Brasil experimentar uma concorrência de fato, como infraestrutura, tributos, abastecimento local e regulação. Para o sócio da Bip Brasil, Flávio Menezes, há uma perspectiva de mais competitividade no mercado nacional de refino, com a entrada de novos players, que deverá levar em conta “o equilíbrio de preços entre a produção local e a importação de países vizinhos”. Para ele, a reforma tributária atualmente em andamento no governo deve trazer aperfeiçoamentos necessários e influenciar na formação de preços. Menezes também lembra que, com o desinvestimento da Petrobras em algumas refinarias, ela deixará de ter compromissos de abastecimento de todas as regiões do país com produtos derivados do petróleo. “Certamente os desafios logísticos e de estoque estratégico para um país de dimensões continentais são temas centrais para a discussão da regulação”, avalia ele, que não vê o equacionamento de todas as questões envolvidas no curto prazo. “Existem previsões de que o setor levará mais de cinco anos para que, de fato, as regulações de refino e abastecimento estejam implementadas”, afirma Menezes. Clipping da matéria Leia a matéria completa em https://www.valor.com.br

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Sem clima para leilões

27 de abril de 2020 – Valor Econômico, suplemento Infraestrutura e Logística. Simone Goldberg Combinação de guerra de preços com pandemia esfria os investimento, mas Brasil tem produção para esperar até as coisas se acomodarem. Para Flávio Menezes, um dos sócios Bip Brasil, decisões de investimento na indústria de petróleo sempre levam em consideração todo o horizonte de produção, de 15 a 20 anos, e possuem estudos de projeção com variações do câmbio no longo prazo. Ele aposta num setor de petróleo enfraquecido em 2020, mas, a seu ver, investimentos e empreendimentos já em execução não devem ser abandonados. Clipping da matéria Leia a matéria completa em https://www.valor.com.br

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Em tempo de quarentena, cresce procura por cursos on-line

12 de Abril de 2020 – Jornal O Globo Por Karen Garcia – Rio Profissionais estão aproveitando o maior tempo livre para aperfeiçoamento RIO – As medidas de isolamento dos que podem ficar em casa para frear o avanço do coronavírus vêm mudando a dinâmica do trabalho e também do aprendizado. Além do home office, muitos profissionais estão aproveitando o maior tempo livre para se aperfeiçoarem com cursos on-line. Levantamento do Google mostra que a procura por especializações à distância teve um salto de 130% nas buscas nos últimos dias. Além do interesse maior, empresas também têm incentivado funcionários a aproveitarem a quarentena para fazer cursos — e estão dispostas a pagar por eles. Atentos a essa oportunidade repentina de ampliar suas salas virtuais, instituições de ensino à distância em diferentes setores aumentam a oferta de conteúdo na rede. A consultoria internacional BIP é uma das empresas que resolveram orientar seus profissionais a usarem o período em casa para atualização. Um dos sócios da Bip Brasil, Flávio Menezes, conta que firmou parcerias com duas instituições de ensino à distância para cursos nas áreas de ciência de dados, gestão de recursos humanos e marketing digital, com menor custo para suas equipes: — Na nossa atividade, a busca pelo conhecimento é constante. Tivemos adesão de 40% dos colaboradores. É também uma forma de fortalecê-los mentalmente nessa jornada de isolamento social. Na Fundação Getulio Vargas (FGV), as formações gratuitas tiveram alta de 400% na adesão, em comparação aos meses de janeiro e fevereiro. Essa maior procura incentivou a estruturação de novos cursos pela instituição, conta a diretora de gestão acadêmica Mary Murashima: — Estamos agregando sete cursos de especialização on-line ao nosso portfólio, com o objetivo de fornecer mais opções de formação em diferentes áreas de conhecimento. Formação e distração Com o adiamento do início das aulas na faculdade, a estudante de desenho industrial Mariana Godinho, de 27 anos, aproveitou o período de quarentena para fazer uma especialização na área de programação de sites. Ela acredita que o conhecimento em criação para web poderá ser útil no desenvolvimento de projetos profissionais e no próprio curso de graduação: — Sem a rotina das aulas presenciais e o deslocamento para a universidade, consigo tirar algumas horas para fazer um curso no qual já tinha interesse, mas não tinha tempo. E também é uma distração. Na visão do consultor da Hoper Educação João Vianney, o momento é uma oportunidade para o setor ganhar mais usuários e consolidar um segmento que já vinha crescendo. — Quando as pessoas se dão conta que talvez fiquem três meses em casa, começam a buscar no ambiente virtual formas de se capacitar para não ficarem paradas. Em 2018, o ensino superior privado à distância já superou o presencial. A tendência é que as instituições formatem cada vez mais produtos para atender o crescimento dessa demanda. A tecnologia sempre existiu, as pessoas que não a utilizavam em sua integralidade. Algumas instituições estão oferecendo um período de teste sem custo como estratégia para atrair novos clientes. O curso on-line de inglês Hyper English, do grupo Spot Educação, dono ainda da Cultura Inglesa, dá 20 dias grátis. A oferta fez com que a estudante de nutrição, Ruanna Cavalcanti, de 31 anos, retomasse a aprendizagem do idioma: — O período de teste permitiu que eu me adaptasse à plataforma. Quebrei o preconceito com o ensino à distância e me identifiquei bastante com o ambiente virtual. Na internet, tenho flexibilidade de horário e não preciso me expor ao julgamento de outros alunos em questões como pronúncia. E eu me sinto à vontade para tirar dúvidas com professores e assistir aos vídeos quantas vezes for necessário. A Casa do Saber, instituição focada em debates e disseminação do conhecimento nas áreas de filosofia, cultura e política, também liberou acesso gratuito aos conteúdos disponíveis em seu aplicativo por 30 dias. Nas duas primeiras semanas, foram mais de cem mil downloads do app, conta o diretor-geral da instituição, Guto Belchior: — Em 2016, 7% das nossas vendas eram de transmissões on-line. Hoje, pulou para 25%. E, ao que tudo indica, vai aumentar. Vamos olhar com mais atenção ainda para a experiência das nossas transmissões on-line em termos de qualidade de imagem e som, e de ferramentas de interação entre alunos e professores. Para acessar a matéria original: https://oglobo.globo.com/economia/em-tempo-de-quarentena-cresce-procura-por-cursos-on-line-24366347

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O dilema da inovação nas grandes empresas

Um estudo da Innovation Leader, uma entidade americana dedicada a auxiliar as empresas a acelerar a inovação interna, entrevistou 170 empresas com faturamento acima de 1 bilhão de dólares e mostrou que 82% delas estão utilizando uma abordagem Lean Startup em algum aspecto de seus negócios. Outro estudo da IESE, renomada escola de negócios global, afirma que, entre as 30 maiores empresas do mundo, o uso de incubadoras corporativas e aceleradoras internas de startups subiu de apenas 2%, em 2010, para importantes 44%, em 2016

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Coronavírus aumenta uso de ‘sky gato’ e gera gargalo a provedores de internet

30 de Março de 2020 – Folha de São Paulo Por Paula Soprana, São Paulo O isolamento imposto pela pandemia do coronavírus levou grande parte dos brasileiros a ampliar a sua vida digital. Aumentaram as chamadas de grupo pelo WhatsApp, as reuniões por Skype e até as festas particulares no Zoom. Cresceu em casa o consumo de TV aberta e de serviços de streaming. Há também o aumento de outra modalidade de conexão: o ‘sky gato’, serviço pirata que, ligado à internet, pode dar acesso ilegal a 2.000 canais fechados. Pequenos provedores de internet ouvidos pela Folha relataram que o consumo de banda do sky gato responde por cerca de 30% do volume de suas redes, fatia considerável no momento em que as operadoras tentam se adequar à nova demanda, que já gera pontos de estresse e de lentidão. O sky gato moderno é uma espécie de evolução do esquema ilegal que decodificava o sinal da Sky e liberava todos os canais da TV por assinatura por meio de uma antena. Hoje, é um receptor pirata que permite o acesso a emissoras se conectado à internet residencial. Um aparelho custa até R$ 800. Sky gato, lembram especialistas, é diferente do gatonet, termo que designa conexão ilegal de internet banda larga. “Há gargalo em vários pontos da minha rede devido ao sky gato. Não estou considerando se é ilegal ou não. Mas o cliente contratou o pacote, agora usa tudo o que paga, quer que funcione e têm que funcionar”, diz Alex Neves, dono da TelefonarNet, pequeno provedor de Londrina (PR). Segundo ele, um cliente sem sky gato contrata um pacote de 100 mega, por exemplo, e consome uma média de 1 mega. Na casa do cliente com sky gato, a média sobe para 4 mega. Rodar um vídeo desses serviços pode consumir até três vezes mais banda do que um vídeo de streaming. Um aparelho do tipo pode representar até 80% do consumo da banda de uma residência, dizem provedores. Não há dado oficial sobre o número de sky gato no Brasil, mas a ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) estima que 4,5 milhões pessoas consumam serviços não autorizados de TV. Os provedores não têm como saber com exatidão quantas residências de suas redes são usuárias, mas têm uma ideia baseada no monitoramento da origem do tráfego. O trânsito ilegal de IPTV —o protocolo que entrega conteúdo de TV pela internet— costuma vir de servidores da Ásia e da África. “O sky gato deve girar em torno de 30% a 35% da minha banda. É uma estimativa, porque eles mudam os servidores do IPTV gato de lugar quando a Interpol bate”, diz Maurício Andrade, da MMA Internet, que atende cerca de 30 mil casas no Recôncavo Baiano. A WLE Net, que atende municípios fluminenses e cerca de 20 mil clientes, diz que o consumo aumentou 40% e que o uso de IPTV ilegal chega a 60% na sua rede. “Não deu problema porque estávamos preparados”, diz o sócio Leonardo Rodrigues dos Santos. Outro operador da região, que não quis se identificar, disse que o link internacional, que ele atribui ao “IPTV gato”, aumentou 25% nos últimos dias em relação ao período anterior ao isolamento. Empresas como Facebook (dona do WhatsApp), Google (que detém o YouTube) e Netflix têm um recurso de distribuição de conteúdo chamado de CDN (espécie de servidor alocado próximo a pontos de consumo que mantém réplicas de arquivos, como filmes). O sistema permite que as cópias dos conteúdos, como uma série da Netflix, não saiam de servidores dos Estados Unidos mas de poucas quadras da casa de um assinante, sem sobrecarregar a rede do provedor. Já um conteúdo do sky gato viaja da Europa, da Ásia ou da África diretamente ao Brasil, passando por diferentes estruturas e pontos de interconexão. Esse tipo de link é mais caro às operadoras. “O conteúdo do sky gato fica em um servidor escondido em países com regras mais brandas e o tráfego vem da Europa ao Brasil, por exemplo, consumindo banda integral como se fosse um streaming ao vivo”, diz Lacier Dias, sócio da Solintel, empresa que presta assessoria regulatória a mais de 3 mil pequenos provedores. O sky gato, segundo ele, tem três funções: decodificar sinal de TV, minerar bitcoin e permitir ataques cibernéticos. “A infraestrutura necessária para decodificar uma TV e enviar a milhões de boxes [caixas] dessas é caríssima e monstruosa. Não são R$ 800 que você paga e se livra. Paga com capacidade computacional, dados pessoais e link de internet, essa é a moeda de troca”, diz. O mercado de TV paga no Brasil tem cerca de 16 milhões de clientes, quatro vezes mais que os potenciais usuários ilegais de TV, ainda segundo dados da ABTA. “Estimativas mostram que os 4,5 milhões de possíveis usuários de TV ilegal deixam de pagar R$ 8,7 bilhões por ano, considerando planos básicos de TV por assinatura”, diz Pablo Re, sócio da Bip Consultoria. A presença desse tipo de aparelho e a intensidade da fiscalização varia de acordo com as condições socioeconômicas de cada país, segundo Re. A título de exemplo, no Rio de Janeiro, um pacote avançado de TV por assinatura autorizado custa, em média, R$ 1.800 ao ano. O que não inclui fidelização de 12 meses sai mais caro. A Abrint, que representa 1.300 provedores no Brasil, diz que não tem informações sobre a dimensão do uso de sky gato no país. O SinditeleBrasil, que responde pelas maiores operadoras, não se pronunciou sobre o assunto. Para acessar a matéria original: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/03/sky-gato-e-gargalo-a-provedores-de-internet-em-crise-de-coronavirus.shtml

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Transformação orientada a dados: o pulo do gato está na metodologia

10 de Março de 2020 – IT Forum 360 Flávio Menezes Toda empresa que quer perenidade deve olhar para dados de forma especial. Mas como fazer isso? Com o atual ambiente de negócios global em constante mudança, a pressão sobre as organizações para tomarem decisões precisas e corretas é intensa e crescente. A capacidade de identificar desafios e oportunidades e de se adaptar a essa nova realidade é uma vantagem competitiva mas, sobretudo, um requisito para a sobrevivência. Essa é a razão pela qual transformar as organizações em “Data Driven Company” ou ainda “Cognitive Company” alcançou o topo das agendas corporativas. Sabemos que, diante da pressão do mercado, atrelado a inúmeras soluções de tecnologia de captura, armazenamento e processamento dos dados, as empresas se encontram em diferentes níveis de maturidade na utilização efetiva dos dados. Assim, empregar uma transformação em toda a empresa, com a ambição de reformular de uma só vez a estratégia, a organização, a análise e a tecnologia pode ser um caminho pouco eficaz. Na verdade , para efetivamente alcançar a transformação da empresa será preciso desenvolver a cultura de orientação a dados e ter uma metodologia que torne essa nova perspectiva possível. Uma abordagem pragmática focada em levar a empresa a se tornar orientada a dados, conhecida como ‘DUDE’ ( do inglês data-driven transformation, understand, design & execute), tem trazido resultados satisfatórios. A abordagem desta metodologia está estruturada em três fases. A primeira fase, do diagnóstico, consiste em avaliar o estado atual e definir a visão da estratégia de dados, permitindo que a organização alcance um entendimento claro de seu nível de adequação orientado a dados. É a etapa na qual se avalia o estágio de maturidade da empresa em estratégia, organização, análise e tecnologia. Essa fase, permitirá que a empresa tenha uma visão precisa de oportunidades e lacunas críticas para alcançar a visão e os objetivos de dados desejados. O design, etapa seguinte, se refere à identificação e organização de oportunidades de negócios que podem agregar valor à empresa, comprovando a utilidade do uso dos dados para melhorar as operações, reduzir custos, fornecer mais informações para a tomada de decisões, transformar a experiência do cliente e reduzir o tempo de resposta Finalmente, na execução, etapa final, se dará o desenvolvimento de casos de uso, a comprovação do valor dos dados. A fase de execução exige a melhoria contínua para o desenvolvimento de uma cultura baseada em dados, assim como da capacidade de conduzir autonomamente as rotinas de implementação e monitoramento. Para ter sucesso na fase de execução, as empresas devem cuidar de quatro pilares: governança de dados, execução de casos de uso, arquitetura e ferramentas BDAA e implementação de modelo operacional. A escolha de uma metodologia, pode fazer toda a diferença para que uma empresa alcance a transformação orientada a dados. Os benefícios potenciais de uma transformação de negócios orientada a dados têm chamado a atenção de empresas de diversos setores, mas, como qualquer outra grande mudança, os desafios podem ser substanciais e exigir experiência prática, liderança e comprometimento.

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O&G se adapta a lei de proteção de dados

07 de Março de 2020 – Brasil Energia Por Bruno Postiga Companhias correm contra o tempo para atender às exigências que entrarão em vigor em agosto O setor de óleo e gás está correndo contra o tempo para se adaptar à Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/2018 – LGPD), que entrará em vigor em agosto deste ano. As novas regras determinam como as informações dos cidadãos podem ser coletadas e tratadas pelas companhias, exigindo mais investimentos em tecnologia da informação. Segundo a LGPD, as empresas precisarão obter consentimento das pessoas para armazenar seus dados, como endereço, nome, IP de computador, local de trabalho e perfil de consumo. Para tanto, terão de organizar bancos de dados e oferecer canal direto para o usuário/cliente proprietário dos dados autorizar quais informações poderão armazenar. De acordo com Flávio Menezes, líder da consultoria italiana BIP no Brasil, a área mais impactada será a de distribuição de combustíveis, por conta do grande volume de dados de consumidores. “E&P e refino são mais para questões internas de dados de funcionários e contratos”, observa. Ele assinala que, devido aos altos investimentos em tecnologia, as empresas do setor petróleo devem direcionar esforços ainda maiores ao tratamento de dados, tendo em vista principalmente o risco de ataques cibernéticos que poderiam expor dados pessoais. Segundo a BIP, de 15% a 20% do investimento em tecnologia das empresas deverão ser destinados para a implantação e manutenção das atividades previstas na LGPD. Na Europa, que aprovou legislação semelhante em 2018, a estimativa de investimento na proteção de dados pessoais é de US$ 6 bilhões/ano. “Acaba sendo um injetor de investimento em tecnologia”, ressalta Menezes. Uma das principais distribuidoras de combustíveis no Brasil, a Raízen contratou um escritório de gerenciamento de projetos para estruturar a implantação da LGPD. “Estamos concluindo a fase 1, de mapeamento interno dos dados, e em março, na fase 2, devemos ter a implementação do road map de ações”, conta Paula Malta, gerente Jurídico de Marketing e Proteção de Dados da joint venture entre a Shell e a Cosan. Desde 2019, a BR Distribuidora dispõe de um profissional que será responsável por gerir a LGPD. “Estamos em fase de contratação da consultoria que auxiliará no processo de adequação da companhia”, informa José Eduardo Elias Romão, gerente de Auditoria, Compliance e Ouvidoria da empresa. A distribuidora vem investindo em novos sistemas para captação e armazenamento de dados, assim como em uma nova tecnologia de Gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM, na sigla em inglês). As principais informações utilizadas são da base de dados do programa de fidelidade Petrobras Premmia: ticket médio, perfil de consumo e localização. As petroleiras também estão se mexendo. Desde 2018, a Shell adota políticas de proteção de dados pessoais com base na legislação europeia. “A LGPD é materialmente equivalente à GDPR [lei europeia] e, portanto, a companhia já está com os processos desenhados para quando a LGPD entrar em vigor”. A norueguesa Equinor criou uma equipe de privacidade de dados com representantes de todos os departamentos da companhia. No momento, a companhia revisa os sistemas e formulários para a obtenção de consentimento dos dados, analisando aspectos da legislação europeia que possam ser implementados na LGPD. Veja mais detalhes sobre a LGPD em: https://bipbrasil.com.br/entenda-o-que-a-lgpd-e-porque-os-dados-pessoais-sao-valiosos/ Leia a matéria original em: https://editorabrasilenergia.com.br/og-se-adapta-a-lei-de-protecao-de-dados/

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Bancos fecham agências e deixam mais cidades sem serviços financeiros

09 de Fevereiro de 2020 – O Globo Levantamento feito pelo GLOBO em dados do BC revela que, no fim de 2019, 2 em cada 5 municípios estavam nessa situação. RIO e BELMIRO BRAGA (MG) – Quem procura por Belmiro Braga, cidade de 3,5 mil habitantes na Zona da Mata mineira, na internet vê no mapa a sinalização de um banco. A realidade é bem diferente. Em vez de vidros, porta giratória e caixas eletrônicos, apenas uma A realidade é bem diferente. Em vez de vidros, porta giratória e caixas eletrônicos, apenas uma divisória separa a “agência” de um bar e mercearia. Trata-se, na verdade, de um posto de atendimento correspondente bancário, o único local além da lotérica onde os cidadãos podem pagar contas e fazer saques. Quando tem dinheiro. Belmiro Braga é uma das 427 cidades que entraram para o grupo das que não têm sequer uma agência bancária desde 2013, quando a cobertura atingiu seu auge. Levantamento feito pelo GLOBO em dados do Banco Central revela que, no fim de 2019, dois em cada cinco municípios do país estavam nessa situação.Essa proporção vem crescendo nos últimos seis anos. São cerca de 17 milhões de brasileiros, em 2.328 cidades, que precisam viajar para as vizinhas se quiserem abrir uma conta, tomar empréstimos ou até mesmo fazer saques. Em 2013, eram 1.901 municípios nessa situação. Para analistas, a redução da rede de agências físicas é um obstáculo à inclusão de mais brasileiros no sistema bancário. A digitalização ajuda a preencher essa lacuna, mas ainda não é acessível para muitos, principalmente os mais velhos e mais pobres. Em seis anos, 2.414 agências foram fechadas em todo o país com os cortes de custos dos grandes bancos, inclusive os estatais, para enfrentar a crescente concorrência digital.O aumento dos assaltos a agências no interior também contribuiu para esse movimento. Desde 2016, quando a única agência remanescente de Belmiro Braga, do Bradesco, fechou, a cidade passou a conviver com poucos serviços bancários. Não há caixas eletrônicos e, com o fim do Banco Postal nos Correios, os moradores só podem contar com o posto de atendimento improvisado ao lado do bar e com a lotérica, usada principalmente para o saque de benefícios pagos por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. DE OLHO NO CARRO FORTE Em muitas cidades, as agências deram espaço a esses estabelecimentos, chamados correspondentes bancários. Os serviços são limitados, e nem sempre eles são abastecidos com dinheiro vivo. Em Belmiro-Braga a chegada do carro-forte – que só passa uma vez por mês, perto do dia de pagamento da prefeitura -é aguardada com ansiedade pela chance de conseguir sacar salários e aposentadorias. – O carro forte é como um alerta. As pessoas sabem quando chega e correm para sacar todo o dinheiro para não ficar sem – diz Juliana Narciso, 32 anos, funcionária da lotérica. O “apagão bancário” faz dos boletos a salvação dos clientes de Caixa, Banco do Brasil e Bradesco, os únicos com chance de ter algum serviço bancário na cidade, ainda que limitado. Quando alguém chega com um papel na mão para pagamento em espécie, outro consegue sair dali com algum dinheiro no bolso. Como o dinheiro é todo sacado de uma vez na passagem mensal do carro-forte, a lotérica e o posto o lado do bar dependem de pagamentos das contas para formar algum capital de giro para os saques. Assim, quem chega para sacar muitas vezes tem de esperar entrar dinheiro suficiente no caixa. O que na cidade grande é resolvido em segundos no caixa eletrônico, pode consumir horas e até dias de espera em Belmiro Braga. – Todo mês venho aqui e é sempre a mesma coisa. Já houve dias  em que fiquei o dia todo sem conseguir tirar dinheiro – conta a aposentada Marina da Cruz, de 86 anos, que só conseguiu sacar R$200 no correspondente bancário do bradesco após cinco horas de espera do lado de fora , na chuva, na última quinta-feira, véspera do “dia do carro-forte”. Também na fila, a doméstica Ana Maria da Silva, de 53 anos, se queixa de perder trabalho. – É um dia perdido na faxina enquanto espero. Antes ( quando havia agência) era mais rápido e fácil – lamentou, após quatro horas de espera para tirar o salário do filho. Em nota, o Bradesco disse que “vem ajustando gradualmente sua rede, preservando a capacidade de atendimento” e que, no caso de desequilíbrio de fluxo de caixa, o cliente “pode utilizar o seu cartão” DESBANCARIZADOS O fechamento de agência prejudica o aumento da bancarização, uma das metas do Banco Central. Em 2019, o Brasil ainda tinha 45 milhões sem conta bancária, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva. Destes, 61% estavam fora dos grandes centros. A falta de atendimento presencial leva pessoas a desistirem de ter conta em banco ou virarem “sub-bancarizados”: sacam o salário todo fim de mês e não usam nenhum outro serviço bancário, como o crédito. – É natural que pessoas não queiram depositar o dinheiro num lugar onde não sabem para quem reclamar quando houver um problema. As redes físicas têm esta vantagem, ainda mais no interior, onde o gerente do banco é quase uma autoridade da cidade – diz Renato Meirelles, presidente da Locomotiva, que vê dificuldade maior para as classes C, D e E. Em Belmiro Braga, muitos percorrem 40 quilômetros até Juiz de Fora , principal cidade da região para fazer saques. Aproveitam e fazem compras lá mesmo. Isso prejudica os comerciantes locais, que também precisam pegar a estrada para obter crédito ou até mesmo compensar um cheque, ainda muito usado no interior. – Se o banco voltasse para cá, ajudaria no movimento. Quando tinha agência aqui, ajudava bem. Hoje há dias em que não vendo nada. Estou querendo parar – diz João Roberto Reis Martins, de 68 anos, proprietário de uma loja de material de construção que acaba de colocar à venda. João Batista Ferreira, secretário de Governos de Belmiro Braga, diz que a falta de segurança e de dinamismo econômico

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Big techs querem tomar conta do seu dinheiro

29 de Dezembro de 2019 – O Globo. Gigantes como Apple, Google, Facebook e Amazon começam a oferecer produtos financeiros, mas enfrentam ambiente altamente regulado. Sérgio Matsuura RIO — Elas conhecem seus amigos e parentes mais próximos, sabem dos seus gostos e preferências e até o que você fez no verão passado. Agora, as gigantes da tecnologia, conhecidas como big techs, também querem tomar conta do seu dinheiro e dos seus gastos. Aos poucos, empresas como Apple, Google, Facebook e Amazon avançam sobre o setor financeiro, oferecendo serviços que prometem revolucionar uma das mais tradicionais indústrias atrelados ao principal ativo que concentram: informações sobre seus usuários. Para analistas, a experiência delas com consumidores pode até oferecer vantagens, mas o caminho não será fácil, pois terão que enfrentar um ambiente altamente regulado, ao qual não estão acostumadas. Em parceria com o Goldman Sachs, a Apple lançou seu próprio cartão de crédito, além de oferecer o serviço de pagamento Apple Pay. O Google fechou acordo com o Gitigroup, para que clientes do banco acessem suas contas por meio do aplicativo Google Pay. Em voo solo, o Facebook lançou seu próprio sistema de pagamentos, que vai funcionar na rede social, no Messenger, no WhatsApp e no Instagram, e tenta convencer governos de todo o mundo sobre a viabilidade da moeda digital Libra. A Amazon oferece empréstimos para comerciantes que usam sua plataforma, enquanto a Uber pretende se tornar o banco dos seus motoristas. Ambiente regulado — O nível de governança é de quatro a cinco vezes mais exigente para uma instituição financeira que para uma empresa de tecnologia — analisa Luiz Fabbrine, líder de serviços financeiros e fintechs da consultoria Business Integration Partners. — Os bancos tradicionais já nasceram dentro de um ambiente regulado, estão acostumados a lidar com regras rígidas, o que não acontece com as empresas de tecnologia, que muitas vezes oferecem serviços tão revolucionários que nem possuem regulação. Então, essa questão é um desafio para o ingresso nesse ambiente. A inspiração vem da China. Por lá, Alibaba e Tencent, duas das maiores companhias do setor de tecnologia na Ásia, praticamente dominaram o setor de pagamentos, substituindo o dinheiro e os cartões de crédito pelos smartphones, ou simplesmente, sorrisos. As duas testam sistemas de reconhecimento facial para autenticar as transações, mas já impressionam turistas ocidentais que visitam a China com seus meios de pagamentos em estabelecimentos. Muitos nem aceitam mais cartões, apenas o Alipay ou o WeChat Pay, aplicativos que concluem transações por código QR. A Ant Financial, braço financeiro da Alibaba que opera o Alipay, está avaliada em US$ 150 bilhões, quase o dobro do valor de mercado do Goldman Sachs, banco parceiro da Apple, de US$ 81 bilhões. O Webank, criado pela Tencent há apenas cinco anos, está avaliado em mais de US$ 20 bilhões, sem ter nenhuma agência física, mas oferecendo crédito e controle financeiro pelo mesmo aplicativo que um bilhão de chineses usam para conversar, jogar videogame, ler notícias, chamar um táxi ou pedir comida. Mesmo assim, as receitas com o setor financeiro ainda são uma fração para as big techs, em cálculo incluindo as chinesas. Segundo relatório do Bank for International Settlements, que coordena bancos centrais de 60 países, o faturamento no segmento representa apenas 11,3% do total, em amostra com Alibaba, Alphabet (controladora do Google), Amazon, Apple, Baidu, Facebook, Grab, Kakao, Mercado Libre, Rakuten, Samsung e Tencent. — Empresas de tecnologia como Alibaba, Amazon, Facebook, Google e Tencent cresceram rapidamente nas duas últimas décadas. O modelo de negócio dessas big techs se baseia em permitir interações diretas entre um grande número de usuários, gerando como subproduto um grande estoque de dados, que é utilizado para a oferta de uma gama de serviços — explica o coreano Hyun Song Shin, diretor de pesquisas do Bank for International Settlements. E acrescenta: – Com base nas vantagens dessa rede de dados, essas empresas estão se aventurando em serviços financeiros, incluindo pagamentos, investimentos, seguros e empréstimos. Até agora, esses serviços representam apenas uma pequena parte do faturamento global, mas dado o tamanho dessas companhias e o alcance entre os consumidores, as big techs  têm potencial para provocar mudanças rápidas no setor. Para Shin, a experiência no trato com dados é a principal vantagem que as empresas de tecnologia podem explorar no setor financeiro. Informações como o histórico de transações, geolocalização, padrões de navegação na rede e outras pegadas digitais, junto com algoritmos de inteligência artificial, permitem que as big techs  melhorem a análise de crédito, ajustem políticas de preços de seguros e personalizem serviços financeiros. Isso pode gerar mais eficiência, com consequente redução de custos para os usuários e maior inclusão. — Há evidências de que a entrada de gigantes da tecnologia no setor de crédito, com o uso de dados, gerou um boom de mutuários que eram mal servidos pelos bancos — diz o especialista. — Na China, por exemplo, as maiores plataformas forneceram acesso ao crédito para milhões de pessoas e pequenos negócios que estavam excluídos. O risco dos algoritmos Mas o tratamento de dados também é o calcanhar de Aquiles dessas companhias. A Apple, por exemplo, se viu envolvida em escândalo por problemas no algoritmo usado na concessão de crédito do Apple Card. Em redes sociais, vários clientes denunciaram que, em casais, as mulheres receberam menos crédito que os homens, mesmo em casos de contas conjuntas. Estudos mostraram que nos EUA, negros e hispânicos têm acesso a condições piores do que brancos e asiáticos quando tomam empréstimos avaliados por algoritmos. E o domínio sobre os dados pode gerar um cenário de prejuízo à competição. Dada a escala e a vantagem tecnológica, as big techs  têm a capacidade de coletar e tratar dados em volumes colossais a custo quase zero. E os dados têm uma vantagem em relação a outros ativos: podem ser usados muitas vezes, até mesmo simultaneamente, para diferentes fins, sem se esgotarem. Por isso, empresas que lucram com essas informações podem oferecer preços mais baixos nos serviços, ou até mesmo terem prejuízo nessas operações, em troca de informações preciosas dos clientes. — Quando a posição de dominância for estabelecia, essas firmas podem usar esses dados não apenas para avaliar o risco de crédito, mas para identificar a taxa mais alta que um mutuário estaria disposto a pagar por um empréstimo, ou o prêmio mais alto que um cliente pagaria por um seguro. Assim, as big techs costumam gerar mais receitas com a disponibilidade de dados — alerta Shin. — Existem ainda preocupações importantes com a privacidade, pois a coleta de

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