AUTORIA

Bruno Cerruti

TRADUÇÃO

GERENTE RESPONSÁVEL

DIRETOR RESPONSÁVEL

Há alguns anos, o conceito de “plataforma digital” passou a ser difundido no mercado, em diversos segmentos e tipos de negócio, sendo globalmente conhecido por seus benefícios e casos de sucesso, bem como, ganhando espaço dentro da criação de novos negócios e reformulação de outros.

Além disso, entre as empresas que obtiveram reconhecimento com tal modelo de negócio, podemos citar nomes como Airbnb, Amazon, Uber e diversas outras, comprovando a eficácia das plataformas. Inclusive, pode ser que você já tenha se perguntado o que elas têm em comum e, neste caso, é o uso de um ecossistema interativo e muito bem planejado.

Dessa forma, quando uma empresa escolhe desenvolver sua plataforma digital, ela está criando uma ponte que conecta pessoas, organizações e recursos, tornando possível a criação de novos produtos com base nas interações estabelecidas através desse sistema.

Entenda os processos e resultados das plataformas digitais

No caso de empresas que não nascem baseadas neste modelo, costuma-se dizer que elas passam por um processo chamado de platformization, em que ocorre toda a transformação digital em seus processos. Neste percurso, grande parte delas opta por operar sob tecnologias modernas, como Cloud Computing e Big Data.

Assim, quando os processos obtêm resultados de sucesso, notam-se duas mudanças significativas na operação:

  1. Redução de gargalos no processo de criação de valor, já que a empresa não depende exclusivamente de fatores humanos e organizacionais;
  2. Baixo impacto de custos ao servir usuários adicionais.

Em resumo, as plataformas digitais facilitam a conexão entre oferta e demanda, tanto para as empresas quanto para o público interessado. Além disso, elas possibilitam que as infraestruturas digitais coletem, armazenem e disponibilizem dados digitais em vários sistemas e dispositivos, através de recursos de computação.

Entretanto, muitas empresas adotam as plataformas digitais como uma maneira de otimizar os seus processos internos, o que pode ser chamado de platformization 2.0, processo esse que visa beneficiar os resultados do negócio no que tange a parte organizacional.

Hora de conhecer um caso de platformization 2.0

Uma empresa do ramo de energia elétrica, optou por dar início ao processo de platformization 2.0 focada na digitalização de seus processos internos, com o propósito de preservar e expandir a posição de referência global no setor que está inserida. Ela também acreditou na possibilidade de alavancar a vantagem competitiva no acesso a novas tecnologias e oportunidades de negócio.

Existem três pilares essenciais que são responsáveis pelo desenvolvimento e gestão de inúmeras soluções tecnológicas, promovendo ainda a criação de valor para as marcas. Eles foram usados para pautar o processo de platformization 2.0, contando também com os processos de end-to-end (E2E). São eles:

  • Propriedade;
  • Operação;
  • Cliente.

A propriedade

A propriedade é responsável por maximizar o valor de longo prazo do ativo e orientar o desenvolvimento de uma plataforma aberta. Com isso, foi desenhada a “Ferramenta analítica de rede” da empresa em questão.

Assim, a ferramenta foi desenvolvida para agilizar os processos mensais de geração de relatórios sobre os indicadores que medem a confiabilidade do sistema de distribuição de energia, reduzindo assim os esforços que antes eram necessários para essa produção, e uniformizando os dados disponíveis.

Além disso, com os dados coletados e as soluções implementadas, é possível ter uma melhor previsão do perfil de investimentos, que serão necessários para o planejamento da manutenção da rede.

A operação

Na operação, pode-se materializar mais benefícios da plataforma digital desenvolvida, como o compilado de todas as solicitações internas ou externas, com a possibilidade de planejá-las de maneira integrada e deliberá-las a fim de maximizar o cumprimento de prazos e minimizar os custos, sendo possível também executá-las e, posteriormente, analisar seus resultados.

Assim, destacamos a “ferramenta de execução inteligente” por gerar um maior controle integrado de qualidade, segurança, meio ambiente e carga laboral, ao promover um acompanhamento e o suporte remoto a todas as equipes de campo.

Para isso, a plataforma digital da empresa disponibiliza o acesso aos mapas de rede, que são atualizados em tempo real, além de documentos operacionais que guiam seus funcionários e o suporte de especialistas de forma remota, com apenas uma chamada. Tudo isso prevê uma maior eficiência nas fases do trabalho, reduzindo os custos da operação.

O cliente

No último pilar, concretiza-se o que desde o princípio foi o objetivo final da empresa: soluções personalizadas, transparentes, rápidas e simplificadas para que todos os envolvidos possam caminhar juntos, além de fortalecer o encontro da oferta e demanda.

Com isso, a empresa desenvolveu um “Portal global integrado”, para gestão da comunicação com todos os stakeholders. Neste portal, qualquer pessoa física, jurídica ou órgão público pode realizar seu cadastro para acessar todos os serviços oferecidos no catálogo.

Por fim, entende-se que com o novo modelo operacional, a empresa se torna capaz de reduzir a jornada de trabalho dos funcionários, melhorar a eficiência e eficácia dos processos, e beneficiar também o consumidor final. O que será ainda mais desenvolvido quando a Internet of Energy (IoE) estiver disponível, trazendo ainda mais eficiência, economia e redução de desperdício.

Então, qual a principal diferença entre platformization e platformization 2.0?

Depois de entender um pouco mais sobre os casos de sucesso de cada um, é possível destacar que o que distingue o processo de platformization e platformization 2.0, é que este segundo busca desenvolver um modelo operacional fluído, enxuto e automatizado, além de gerar a conexão entre oferta e demanda.

Ou seja, a platformization 2.0 estrutura os processos internos da empresa, mas ainda assim consegue refletir no serviço oferecido ao usuário final, ainda que ele não seja o foco das plataformas digitais desenvolvidas.

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