AUTORIA

Isabel Lopes

TRADUÇÃO

GERENTE RESPONSÁVEL

DIRETOR RESPONSÁVEL

Entenda o ESG no Setor Financeiro

Quando pensamos no setor financeiro é possível que a sustentabilidade não seja a primeira coisa que vem a mente de qualquer pessoa. No entanto, o que é positivo para a sociedade também é positivo para os negócios e a sigla ESG (Environmental, Social and Governance) abre diversas oportunidades para a instituições financeiras. Simultaneamente, os novos requerimentos regulatórios e informacionais trazem desafios relevantes para as entidades do setor, principalmente no Brasil, onde existe uma instabilidade nos indicadores macroeconômicos e uma pressão de custos operacionais e exigências de capital.

Origem e Fatores que Envolvem o ESG

O termo ESG foi citado pela primeira vez em 2005. O relatório “Who Cares Wins (“Ganha quem se importa”, em tradução livre), reuniu uma série de diretrizes e recomendações tomadas por parte de uma iniciativa liderada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Na época, 20 instituições financeiras de 9 países diferentes — incluindo o Brasil — se reuniram para discutir questões de inclusões socioambientais e de governança.

O Que a Sigla ESG Significa?

A ESG, como o próprio nome diz, envolve três pilares que indica o grau de sustentabilidade de uma empresa: Meio Ambiente, Sociedade e Governança.

O critério relativo ao Meio Ambiente é baseado na avaliação da performance da empresa como responsável pelo meio ambiente e pela garantia da sustentabilidade nas suas operações. Portanto, esse fator qualifica o uso e a relação da sustentabilidade em companhias, como o desmatamento, a emissão de gases de efeito estufa (GEE), e a geração de resíduos sólidos em suas operações, por exemplo.

Já o critério Social analisa a maneira como uma organização gerencia e promove o relacionamento com stakeholders, como, por exemplo, colaboradores, fornecedores e clientes. Nesse sentido, esse fator avalia o posicionamento da companhia a respeito da segurança no trabalho, a preocupação com diversidade, e o relacionamento interpessoal entre os colaboradores.

Por fim, o último critério simboliza a Governança da empresa. Nesse fator, é realizada a avaliação de como uma empresa está posicionada no que diz respeito às boas práticas de administração corporativa, se os códigos de ética e de conduta estão sendo respeitados, sempre priorizando a equidade, a prestação de contas e a transparência.

A História do ESG e o Setor Financeiro

Ao longo dos anos, foram sendo desenvolvidas e discutidas diversas iniciativas por várias organizações e instituições visando tornar mais efetivas as propostas previstas no ESG. Essas discussões se iniciaram com o Protocolo de Kyoto (em 2006), onde foram estabelecidas as primeiras metas de redução de emissão de CHG, e passaram pelas primeiras regulações para divulgações de informações relativas à sustentabilidade (Sustainability Finance Disclosure Regulation – SFRD) em 2019, até os novos compromissos e metas a serem alcançadas para conter as mudanças climáticas, definidas na COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) em 2021.

Desde o início, contudo, se entendeu que o setor financeiro tem um papel de extrema importância para que as metas ESG possam efetivamente se estabelecer. Por conta disso, existe uma pressão para que esse setor se posicione a atue como um agente de mudança ativo da sustentabilidade. Por exemplo, em abril de 2021 o Príncipe de Gales do Reino Unido se reuniu com 40 bancos internacionais em um grupo de trabalho chamado Sustainable Markets Initiative’s Financial Services. O objetivo desse grupo é entender como a indústria bancária pode impactar os esforços globais de sustentabilidade.

Esse grupo conseguiu criar uma aliança entre os bancos, a Net-Zero Banking Alliance, que busca alinhar estratégias de concessão de crédito e de investimento para aprimoramento ou desenvolvimento de tecnologias e políticas que reduzam ou eliminem a emissão de gases de efeito estufa até 2030. Essas iniciativas envolvem obviamente as emissões das próprias instituições financeiras, mas também a alocação de recursos de financiamento em companhias envolvidas no processo de redução de emissão.

Para que isso aconteça, a indústria financeira deverá promover esforços para entender a implicação dos fatores ESG nos seus modelos de negócios e principais operações, de modo a conseguir mapear e priorizar as principais funções e atividades a serem impactadas, como, por exemplo, os processos de investimento, governança na criação de novos produtos, controle de riscos, etc. Importante se mencionar que essas implicações são originadas tanto em demandas regulatórias quanto tendências de mercado.

Os Movimentos Regulatórios para o Setor Financeiro no Brasil com ESG

O Brasil também conta com movimentos regulatórios importantes por parte do Banco Central (BCB), Conselho Monetário Nacional (CMN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de iniciativas voluntárias. No caso do CMN e do BCB, já existem exigências regulatórias desde 2014, tais como a necessidade de que as instituições financeiras possuam políticas de responsabilidade socioambientais bem como considerem tais fatores no processo de gestão integrada de riscos.

Mais recentemente (2021), o CMN emitiu novas regulamentações que reformulam alguns requerimentos existentes e inclui questões relacionadas ao clima e à governança às informações que devem ser prestadas de forma periódica ao Banco Central. Além disso, as instituições financeiras deverão demonstrar as perdas operacionais relativas ao risco social, ambiental e climático e realizar testes de estresse para diversos cenários de risco climáticos.

Contudo, uma grande evolução da regulamentação é a exigência de remessa de informações de risco social, ambiental e climático sobre as operações de crédito e de títulos e valores mobiliários dos devedores das instituições financeiras. Adicionalmente, as instituições deverão demonstrar as metodologias e critérios utilizados na identificação e avaliação de riscos ESG para as exposições de crédito e de investimento e as metodologias para captura de mudanças nessas avaliações. Por fim, sob a ótica da gestão integrada de risco, os bancos deverão demonstrar a interação entre os riscos ESG e os demais riscos financeiros incorridos pelas instituições nessas exposições.

Tudo isso exigirá um grande esforço do setor financeiro nos modelos de governança e operacionais de identificação e gestão de riscos e no desenvolvimento de métricas para a mensuração desses riscos.

A Atuação da BIP Brasil no Setor Financeiro e os Desafios Trazidos pela ESG

A BIP Brasil pode ser uma aceleradora na jornada ESG das instituições financeiras, por ser uma profunda conhecedora do mercado financeiro brasileiro, reconhecida por sua atuação inovadora nos novos desenvolvimentos do mercado financeiro (Fintechs, Open Banking), estando sempre a frente nas tendências desse setor, e tendo um largo conhecimento da gestão e modelagem de riscos financeiros e não financeiros, além de atuar na Transformação Digital de diversos setores produtivos.

Nesse sentido, podemos atuar nas seguintes frentes:

  • Preparação para a adaptação às novas regulações relacionadas ao tema ESG
  • Avaliação dos riscos associados às questões sociais, ambientais e climáticas
  • Captura de oportunidades associadas a ESG minimizando ou eliminando custos associados com as novas exigências de gestão de risco.

Entre em contato conosco para saber mais sobre a atuação da BIP Brasil em ESG no Setor Financeiro e mantenha a sua empresa atualizada.

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