AUTORIA

Vander Bustamante

TRADUÇÃO

GERENTE RESPONSÁVEL

Tammy Avila

DIRETOR RESPONSÁVEL

Pedro Souza | BIP Brasil

Pedro Souza

Entendendo a Transformação Digital

O termo Transformação Digital está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas e das organizações, sejam elas pequenas ou grandes empresas. Com a pandemia de COVID-19, esse processo foi extremamente acelerado, requerendo adaptações rápidas em todo o mundo. Nesse artigo, desdobraremos os benefícios para a captura de valor para a Transformação Digital.

Mesmo com esse holofote para a Transformação Digital, é muito comum ouvir pessoas se questionando o que é a Transformação Digital. Bem, para essa pergunta você não vai encontrar uma única resposta, como em um cálculo matemático, que só tem um resultado correto. Porém, uma coisa é certa, a Transformação Digital não é apenas aplicação de tecnologias, como algumas pessoas pensam. Na verdade, a tecnologia é um meio para se alcançar resultados com a Transformação Digital.

Mas, o que é necessário para que essa transformação aconteça? É fundamental uma mudança mais ampla na organização, passando por modificações culturais, processos e novas formas de trabalho, por exemplo.

Alguns autores definem a Transformação Digital como:

“A Transformação Digital é o processo de usar tecnologias digitais para modificar radicalmente o modo como a empresa opera e fornece valor aos clientes. Isso inclui a automação de processos, a análise de dados e a integração de sistemas e plataformas.” – Thomas Siebel, autor de “Digital Transformation: Survive and Thrive in an Era of Mass Extinction”

“A Transformação Digital é a mudança radical na forma como uma empresa cria, entrega e captura valor, através da integração de tecnologias digitais em todos os aspectos da empresa.” – George Westerman, Didier Bonnet e Andrew McAfee, autores de “Leading Digital: Turning Technology into Business Transformation”

Entendendo esses conceitos, fica claro que, além da aplicação das tecnologias, é necessária uma transformação de mentalidade e aprender a reaprender, ou seja, uma transformação voltada para as pessoas e como as pessoas se relacionam com os negócios e com as tecnologias.

A Transformação Digital na BIP

Para a BIP Brasil, uma jornada de Transformação Digital passa pela evolução de sete dimensões:

As sete dimensões da Transformação Digital.

Estratégia Digital

Aborda as questões relativas às definições de alinhamento estratégico com os negócios, oportunidades para o aumento de maturidade digital e estruturação de uma governança digital.

Dados

Reflete o nível de conscientização das empresas em relação à importância do tratamento de dados e sua aplicação, como mecanismos de apoio à tomada de decisão da organização relacionada à Transformação Digital.

Digital Solution

Sintetiza o uso de novas tecnologias, desenvolvimento de ferramentas e processos que possibilitem automação de atividades, e a capacidade computacional para possibilitar a escalabilidade potencial para novas aplicações e tecnologias.

Cybersec

Refere-se à proteção de sistemas, redes e dispositivos eletrônicos contra-ataques cibernéticos, incluindo roubo de dados, interrupção de serviços, espionagem e danos a infraestruturas críticas.

New ways of working

Representa o nível de engajamento das empresas com a aplicação de uma cultura ágil e com novas formas de trabalhar, a gestão de talentos com o mapeamento e preparação de competências necessárias para se desenvolver pessoas.

Inovação

Aborda sobre a estrutura organizacional que organização possui, além do engajamento da liderança que possibilita a disseminação de uma cultura de inovação com mecanismos para geração de ideias e a execução, além do envolvimento com ecossistema de inovação.

Customer Experience

Reflete o nível de conscientização das empresas em relação à importância da geração de valor dos seus produtos e serviços, proporcionando aos clientes uma interação positiva em todos os pontos de contato.

A evolução das sete dimensões da Transformação Digital

Portanto, entende-se que com a evolução dessas sete dimensões, a organização avançará em sua maturidade digital, estando mais próxima de gerar mais valor com a Transformação Digital.

A BIP Brasil possui um assessment que avalia essas sete dimensões e seu resultado permite mapear gaps e oportunidades que, combinados com a estratégia de negócio e ambições digitais, geram iniciativas para organizar essa jornada em um roadmap de curto, médio e longo prazo.

Importante ressaltar que esse roadmap deve ser acompanhado e revisado de forma recorrente, uma que vez que a dinamicidade do negócio, do mercado e das novas tecnologias pode sugerir evoluções na estratégia e no roadmap.

O que contém nesse roadmap?

  • Iniciativas Estruturantes: geralmente de cunho estratégico e com impacto abrangente, podem não gerar valor individualmente, habilitam a geração de valor de outras iniciativas;
  • Iniciativas Culturais: ações necessárias com foco em desenvolvimento de competências, evolução de mentalidade e transformação cultural;
  • Iniciativas Digitais: utilizam inovação e, em geral, tecnologias para gerar impacto no dia a dia das organizações;

As Iniciativas Digitais são as que geram valor representativo com a Transformação Digital. Essas iniciativas passam pela geração de ideia para resolver algum tipo de problema e são priorizadas conforme seu potencial de geração de valor para a organização.

Dificuldade das organizações em capturar valor com a Transformação Digital

A Transformação Digital tem potencial de gerar ganhos financeiros significativos para as organizações, como a redução de custos operacionais, aumento da eficiência e produtividade, expansão e diversificação de negócio, melhoria da experiência do cliente e aumento da receita.

No entanto, muitas organizações não conseguem atingir os seus respectivos objetivos e capturar esses ganhos financeiros. Algumas razões comuns para isso incluem: falta de alinhamento estratégico, investimentos insuficientes, falta de priorização, pessoas capacitadas e cultura digital. Porém, queremos destacar um ponto que às vezes pode ser deixado de lado que é a organização ter um processo robusto, estruturado e disseminado de captura de valor.

É fundamental que a organização estimule os times das iniciativas digitais com um mindset orientado ao cliente e a geração de valor. Dessa forma, é possível estimar e gerenciar o valor do portfólio digital da companhia. Em algumas organizações, esse processo de gestão de valor não é disseminado, pois a Transformação Digital ainda é muito recente, ou por não ter uma cultura de valoração de projetos. Em alguns casos a valoração fica apenas para grandes projetos com alto investimento.

Gestão do funil de inovação e processo de gestão de valor

Para criar essas iniciativas, é importante que se tenha um processo estruturado, com validações envolvendo negócio, finanças, digital e TI, com a construção de business cases a serem atualizados a cada nova etapa.

Esse processo passa pelas etapas de: identificação da oportunidade, geração e seleção de ideias, definição do produto e MVP, prototipação, desenvolvimento e entrega do MVP e, por fim, o scale up na organização.

Funil de inovação e as etapas do processo de gestão de valor.

O funil de inovação representa o ciclo de vida das iniciativas evidenciando que, inicialmente, há uma grande quantidade de ideias e esse volume reduz conforme as iniciativas avançam, com desenvolvimento dos MVPs (Minimum Viable Product) e as validações de hipóteses são executadas.

Dessa forma, seguindo o processo de inovação e experimentação, nem todas as ideias terminam como um produto desenvolvido e escalado, possibilitando, por meio de um processo estruturado, que se erre pequeno para aprender rápido e pivotar.

Adicionalmente, é muito importante frisar que o ciclo de inovação deve ser cíclico, ou seja, a organização deve prover de mecanismo interno e/ou externo de modo que sempre tenha ideias para o funil de inovação. Portanto, a imagem acima do funil de inovação não pode ser interpretada de modo que organização passa a ter menos ideias com o passar do tempo.

É fundamental que, durante essas etapas do funil de inovação, ocorra o processo de gestão de valor, no qual temos como etapas:

Proposta de valor

Valoração alto nível com apenas o benefício associado e uma estimativa de ganho relativa atrelada a um baseline. É sugerido que se tenha uma árvore com naturezas de benefícios pré-estabelecidos para auxiliar os responsáveis na identificação. Como exemplo de árvore de benefícios podemos citar que para a categoria receitas é possível ter ganhos com dois diferentes benefícios: antecipação de receita e aumento de receita. No que tange a categoria gastos, podemos ter como benefícios a redução de horas extras, redução de HH de terceiro ou próprio.

Geração de business case preliminar

Nesse momento, a valoração necessita de maiores detalhamentos, sendo necessário refinar o ganho e incluir os gastos estimados para o desenvolvimento, indicadores, mecanismo de medição e uma curva de projeção de ganhos e gastos. A curva de projeção se faz necessária para alinhamento de expectativa de ganho da solução e até mesmo pode ser avaliado como critério de decisão, pois uma iniciativa pode gerar ganho logo na implantação da solução e outra após um ano de implantação, por exemplo.

Ao ter a curva de projeção, a organização consegue avaliar os potenciais ganhos periodicamente (visão anual, semestral ou mensal) do seu portfólio digital.

É muito importante que antes de iniciar o desenvolvimento da iniciativa, tenha-se mapeado e definido o mecanismo de medição e acordado com as partes envolvidas. Isso evita futuros atritos na governança da Transformação Digital e na apuração de sua geração de valor para o negócio, assim evitamos aquele “e agora, como vou medir o resultado?”.

Atualização do business case

O MVP (Minimum Viable Product) é entregue permitindo realizar as validações das hipóteses, atualizações das premissas e da valoração. Etapa necessária de aprimoramento da valoração inicial com base em maior detalhamento da solução, aprendizados que modifiquem as premissas iniciais e dados históricos, bem como a atualização do plano de implementação que afeta a curva de projeção.

Medição e captura de valor

Momento de acompanhar a geração de valor da iniciativa digital. A medição deve ocorrer a partir da realização da primeira entrega e, periodicamente, quando a iniciativa mudar de fase ou com uma periodicidade definida, conforme modelo de governança da transformação digital existente na organização.

Para garantir que o processo de gestão de valor seja cumprido, é fundamental que a organização tenha uma estrutura responsável pela gestão do portfólio digital e, consequentemente, pelo processo de gestão de valor.

Governança para o processo de gestão de valor

A estrutura responsável pelo portfólio digital deve ter processos claros que permitam suportar as iniciativas durante seu ciclo de vida para garantir que o portfólio será composto por iniciativas digitais alinhadas com a estratégia da organização, informações atualizadas, geração de relatórios executivos e integração com outras áreas quando aplicável. Essa estrutura é beneficial tanto para organização quanto para os colaboradores.

Benefícios da gestão de valor.

Para se assegurar o sucesso no processo de captura de valor, outras práticas recomendáveis são:

  • Implantar um modelo de consequências: os ganhos capturados devem ser refletidos no replanejamento orçamentário da organização, além disso, é importante que a organização tenha um modelo de meritocracia para os envolvidos, por exemplo: bonificação, cursos ou eventos custeados pela empresa. Esses modelos de consequências devem estar muito alinhados com áreas de RH e financeiro;
  • Elaborar um modelo escalável: quanto maior for o portfólio digital da organização, significa que mais valorações precisam ser realizadas e a estrutura responsável por esse portfólio pode não conseguir ajudar de maneira individualizada cada iniciativa, portanto, é necessário que se tenha alguns artefatos para escalar e disseminar a cultura de geração de valor pela companhia, por exemplo: painel de premissas, tutoriais, cursos EAD;

A abordagem da BIP para implementação da Transformação Digital

Fica claro que a Transformação Digital se torna essencial para uma organização continuar crescendo e se adaptar aos novos contextos de mercado de forma dinâmica. Para enfrentar essa jornada, é fundamental o patrocínio executivo e a clareza de como o digital gera valor para o negócio, dessa forma garante-se a priorização estratégica e reduzem-se as resistências inerentes ao processo de mudança.

Um processo de Transformação Digital bem estruturado é importante, pois permite que as organizações aproveitem as oportunidades que as tecnologias oferecem para melhorar e maximizar seus negócios e oferecer um melhor serviço aos seus clientes, alinhado com os objetivos de negócio e com uma forte cultura data driven. Além disso, a Transformação Digital também permite que as organizações criem novos modelos de negócios e expandam sua presença no digital, o que é cada vez mais importante em um mundo cada vez mais conectado.

A BIP possui experiência e expertise em estratégia e implementação de Transformação Digital com diferentes cases de sucesso.

De maneira geral, podemos consolidar essa jornada em quatro grandes etapas. São elas:

A jornada da Transformação Digital com cinco etapas.

Starting point: entendimento do ambiente externo e interno para entender ambições e esforços do mercado, os desafios de negócios da organização e avaliação da maturidade digital.

Strategic Immersion: definição dos objetivos estratégicos da Transformação Digital alinhado com os objetivos de negócio.

Process e Solution Design: por meio de metodologia colaborativa, é o momento de desenhar soluções digitais, definir MPV e hipóteses, além da criação do business case e plano de gestão de mudança, visando atingir os objetivos estratégicos.

Transformation Roadmap: consolidação de ações estruturantes, das iniciativas digitais e ações culturais observadas como gaps e necessárias para suportar toda a jornada e a implementação das soluções.

Roadmap Execution: desenvolvimento e implementações das ações conforme o planejado no roadmap. Importante estar sempre observando as mudanças de contexto para avaliar se as ações ainda estão fazendo sentido com a estratégica da cia.

Adicionalmente, outras atividades surgem como necessário para suportar essa jornada, por exemplo: capacitação em métodos ágeis e gestão de mudança, melhores práticas e benchmarkings específicos de temas de interesse para organização.

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