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Entrevista com Carlo Capè, CEO Global

Chaucer: uma aquisição em meio à pandemia?

A parceria com a Chaucer é apenas um dos elementos mais recentes da profunda transformação que a BIP iniciou em 2018. O plano de expansão com a Chaucer, além de  consolidar e potencializar a existente presença no Reino Unido feita da Anagram e da BIP UK, também vai nos posicionar mais forte nos Estados Unidos. Com esse movimento estratégico, nossas operações internacionais passaram a representar 35% do grupo e nos tornamos uma das consultorias líderes também no Reino Unido. Esse se torna um novo e importante desdobramento para a BIP, que nos faz, pela primeira vez, um dos players mais importantes em um mercado europeu fora da Itália.

Por que esse interesse no Reino Unido, em vez de outros países europeus, apesar do Brexit?

A subsidiária britânica sempre foi estratégica para a BIP. Assim, com essa operação, torna-se o escritório mais importante depois da Itália em termos de número de funcionários e faturamento.

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha são os berços da consultoria. Enquanto esse setor contribui apenas em torno de 0,2% do PIB na Itália, os números de 1,3% nos EUA e 0,8% no Reino Unido abrem cenários e perspectivas de mercado completamente diferentes, extremamente interesse para nós.

Para a BIP, que logo nos primeiros anos desde a sua fundação conquistou metas além de todas as nossas expectativas, ter presença relevante nesses mercados representa um novo desafio e uma grande oportunidade para evoluir ainda mais e amadurecer como um player internacional. Com o Brexit, a Europa também se torna menor, e ser global não pode mais significar apenas ser um player de nível europeu. Portanto, esta operação neste momento nos permite realizar nosso potencial internacional não somente europeu.

Por que decidiram fazer um acordo tão desafiador em um momento em que estamos enfrentando tanta incerteza devido ao Covid 19?

A pandemia da Covid-19 adiou ou cancelou cerca de 80% das operações de fusões e aquisições no mundo.

Decidimos ir completamente contra a maré porque estávamos convencidos e confiantes pela resiliência demonstrada no nosso setor em meio à pandemia, e acreditamos firmemente que a longa duração da crise da Covid-19 exigirá uma revisão completa dos modelos e cadeias de valor de todos os principais setores industriais. Isso exigirá grandes esforços organizacionais e tecnológicos, e a consultoria terá um papel muito relevante no estágio de recuperação e posteriormente. Portanto, achamos que era certo continuar nossa expansão internacional, que, na fase pós-Covid, nos permitirá ter uma presença maior e mais global estando muito mais bem posicionada para ajudar nossos clientes internacionalmente. Decidimos, no entanto, concretizar aquela que é a maior aquisição já realizada pela BIP, assumindo uma das principais empresas totalmente independentes de consultoria britânicas.

No entanto, obviamente, concluir a operação exigiu um enorme esforço criativo, visando minimizar riscos e fechar um acordo com a Chaucer que fosse sólido para ambas as partes.

Como essa transação se encaixa na estratégia de expansão internacional do grupo? O que isso implicará no futuro imediato e quais são as perspectivas de longo prazo?

O encontro com a Chaucer, com quem imediatamente sentimos uma sinergia particular devido a valores e objetivos comuns, levou à uma mudança inesperada de estratégia que não fazia parte de nossos planos. Até o final de 2019, nosso roadmap previa uma fase inicial de expansão e consolidação na Europa, a fim de expandir para os Estados Unidos como uma etapa final. No entanto, a prioridade agora é desenvolver o mercado americano e, em seguida, concluir e consolidar o mercado europeu em uma segunda fase.

Por que, dentre tantas empresas em potencial, vocês escolheram a Chaucer? E o que a BIP ofereceu para torná-la um parceiro ideal para a Chaucer?

Estabelecemos metas muito ambiciosas em nossa busca por potenciais empresas a se juntar a BIP, portanto, não foi por acaso que se passou quase um ano e meio desde que a Apax ingressou em nossa estrutura, com o objetivo de impulsionar o crescimento e acelerar o desenvolvimento internacional. A Chaucer é a escolha certa para nós, devido ao seu foco nos clientes, com os quais construiu relacionamentos de longo prazo, seu grande conhecimento dos setores em que atua, sua cultura de atenção às pessoas, a qual temos em comum e, acima de tudo, seu empreendedorismo.

A cultura latina e italiana encontra a cultura anglo-saxônica nessa situação, duas realidades muito diferentes. Como prosseguirá a integração no grupo?

Prevemos um processo de convergência na marca BIP, que também incluirá aspectos organizacionais. Na verdade, com esta operação, já obtivemos uma primeira capitalização da nova marca, lançada apenas alguns meses atrás, que provou ser uma das nossas maiores fortalezas.

A operação Chaucer é apenas a mais recente de uma série de evoluções na Itália e no exterior no último ano: primeiro na Espanha, com a chegada de um grupo de consultores da KPMG, depois a aquisição da FBM Consultoria no Brasil, depois na Itália novamente, com os acordos que levaram à chegada da MeA Consulting e, mais recentemente, da Vidiemme. Qual o princípio que une todas essas operações em uma estrutura comum?

No exterior, além do decorrer dos desenvolvimentos nos Estados Unidos, estamos sempre atentos e cuidadosos para consolidar o que já foi construído nos diversos países, juntando-nos a empresas locais que podem fornecer entrada em novos setores industriais. Concluímos uma série de operações desse tipo em 2019: no Brasil, com a aquisição da FBM, empresa com experiência no setor de serviços bancários, seguros e meios de pagamentos e na Espanha, onde um grupo de mais de 50 pessoas ingressou na BIP por meio de dois “spin off” da KPMG. No que diz respeito à Itália, por outro lado, os anos de crescimento e desenvolvimento da BIP foram animadores e, em apenas alguns anos, nos tornamos um dos maiores players, com presença em vários setores.

Portanto, continuaremos a desenvolver nossa oferta digital, expandindo ainda mais nosso portfólio de conhecimentos e almejando construir uma plataforma global que possa ser exportada para todos os países em que conquistarmos presença. No entanto, não vamos parar por aí: queremos continuar subindo rapidamente no ranking global das empresas de consultoria e pretendemos fazer parte do grupo dos 30 melhores dentro de alguns anos.

Acesse a matéria original em: https://www.bipconsulting.com/insights/a-new-global-consulting-giant-is-born

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