AUTORIA

Ana Paula Lima

TRADUÇÃO

GERENTE RESPONSÁVEL

DIRETOR RESPONSÁVEL

O Open Insurance chegou ao Brasil para revolucionar a relação entre seguradoras e consumidores. A expectativa é que o mercado se torne mais aberto e eficiente, mantendo o cliente como seu principal beneficiado, incentivando a inovação, promovendo a cidadania financeira, incentivando a concorrência, tornar o processo de compartilhamento de dados ágil, seguro e padronizado e ser interoperável com o Open Banking (Resolução CNSP 425/2021).

O ecossistema de Seguros Abertos, denominado Open Insurance, permitirá, em sua segunda fase, que os clientes compartilhem seus dados referentes à produtos já contratados entre diferentes Seguradoras e que estas utilizem estas informações para ofertar produtos e serviços de uma maneira mais personalizada e democrática, oferecendo experiências melhores para os consumidores que poderão realizar toda esta jornada de consentimento e ofertas por canais exclusivamente digitais.

Este importante marco provocará mudanças no mercado segurador Brasileiro, primeiro a regulamentar o Open Insurance, sendo incialmente obrigatória a sua implementação para Seguradoras de segmentos S1 e S2, ficando às demais sociedades com possibilidade de participação facultativa. Além de vir para complementar o Open Banking e deixar todos os players em uma simetria de informações, já que o Open Banking prevê o compartilhamento de seguros (ou seja, ameaça a seguradoras que não fazem parte de um conglomerado bancário) ele também converge com a iniciativa capitaneada pelo Banco Central para a implementação de um novo sistema que possibilitará que as pessoas compartilhem todos os seus dados financeiros entre participantes deste ecossistema, o denominado “Open Finance”, sistema financeiro aberto, cujo propósito é de trazer transparência entre as instituições e seus clientes, colocando em prática o direito estabelecido pela Lei Geral de Proteção de Dados.

Lembrando que o compartilhamento de dados é somente parte do processo. Para que o ecossistema funcione existe um arcabouço regulatório e tecnológico. Pois, não basta apenas a possibilidade de compartilhar dados, também é necessário que as diferentes infraestruturas (sistemas internos) de cada ator conversem entre si, lembrando que futuramente essa “conversa” ocorrerá entre Seguradoras, Bancos e Corretora de Investimentos, tudo de forma padronizada, ágil e segura. Caberá a cada players proporcionar a melhor experiência Digital ao seu cliente e a partir daí o fidelizar oferecendo os melhores produtos ou serviços personalizados.

No ponto de vista técnico, o conceito do Open Insurance vem da utilização de arquiteturas de APIs padronizadas para acessar sistemas e aplicações das Seguradoras. Elas possibilitarão o compartilhamento de dados entre diferentes seguradoras, Insurtechs, e, Bancos dando início ao Open Finance.

Para participar do Open Insurance é imprescindível que a empresa seja supervisionada pela SUSEP ou aprovada no Sandbox Regulatório SUSEP e o cumprimento dos normativos de participação no ecossistema.

De fato, ainda há muitos obstáculos e desafios a serem superados antes que o Open Insurance seja completamente implementado, especialmente quando se trata de construir hábitos digitais em seus consumidores e criar uma cultura de dados nas sociedades participantes para ofertas diferenciadas e ágeis.

Qual será o plano de implantação do Open Insurance no Brasil?

Por meio das da Circulares SUSEP 635/2021 e 661/2022, foi divulgado o cronograma de implantação do Open Insurance, dividido em três fases.

Open Data – Esta primeira fase refere-se à disponibilização de informações abertas ao público. Foi iniciada em 15 de dezembro de 2021, com a publicação das informações de canais de atendimento e produtos como seguros auto, residencial, capitalização, vida e previdência e será concluída em 30 de junho de 2022 com a publicação de dados sobre os demais produtos, bem como de Rede Referenciada e Intermediários de cada participante.

Dados de Clientes – A partir desta fase, prevista, à princípio, para setembro de 2022, serão compartilhados os dados dos clientes, como informações cadastrais e transações de produtos e serviços contratados, entre as seguradoras, após seu devido consentimento. Esta fase terá entregas contínuas até a conclusão do cronograma de implantação do SRO (Sistema de Registro de Operações), que será um dos alicerces de padronização das informações de apólices.

Iniciação de Movimentação de Seguros – Na terceira e última fase, prevista para iniciar em dezembro de 2022, começa o compartilhamento de serviços. Uma nova figura criada pela SUSEP (Sociedade de Iniciação de Serviços Seguro – SISS) permitirá que os clientes agreguem suas informações em uma única plataforma ou iniciem através dela movimentações de seguros como: emissão de endossos, contratação de novos seguros, aviso de sinistros, resgates de sorteios, acionamento de assistências etc. tudo para melhorar ainda mais a experiência do consumidor.

Quem definirá os padrões tecnológicos e operacionais?

Foi constituído um conselho deliberativo composto de 6 conselheiros, sendo:

  • 3 representantes de seguradoras dos segmentos S1, S2, S3 e S4
  • 1 representante das sociedades do Sandbox Regulatório SUSEP
  • 1 representante das Sociedades Iniciadoras de Serviços de Seguros – SISS
  • 1 conselheiro independente.

Este conselho recebe e delibera propostas enviadas por grupos de trabalhos que são compostos por representantes das diferentes sociedades.

Quando terá interoperabilidade com Open Banking?

A regulamentação da SUSEP previa que fosse implementada a interoperabilidade com Open Banking a partir de setembro 2022, porém com a publicação da Resolução Conjunta nº 4 de 23/03/2022, pelo Banco Central do Brasil, veio a Circular SUSEP nº661/22, prevendo que ambos Reguladores se reunirão em momento oportuno para tal implementação de forma colaborativa (sem visibilidade de data). A partir deste momento, sociedades participantes no Open Insurance poderão ter acesso a dados previstos no Open Banking e vice-versa, instituições financeiras participantes do Open Banking terão acesso a dados previstos no Open Insurance.

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