AUTORIA

Bruno Condorelli

Gustavo Oliveira

TRADUÇÃO

GERENTE RESPONSÁVEL

DIRETOR RESPONSÁVEL

A Indústria de Telecomunicações e o ESG

Como a indústria de telecomunicações tem se posicionado em relação ao Enviromental Social Governance (ESG) que vem norteando as estratégias das grandes companhias do mundo inteiro? E qual é o alinhamento das ações entre as empresas de telecom do mercado nacional?

Para conseguir responder a essas perguntas, foram avaliados os relatórios de ESG e Sustentabilidade das principais companhias do setor no Brasil.

Nos dias atuais, o impacto das telecomunicações no dia a dia da sociedade é tão grande que é difícil imaginar nossas vidas sem a utilização dos recursos e facilidades que ela nos oferece. Sendo assim, a responsabilidade que a indústria tem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU são grandes.

Através da análise das ações implementadas pelas principais empresas da indústria, buscamos evidenciar a abordagem estratégica de cada um dos atores econômicos e, portanto, seus respectivos enquadramentos sobre os temas mais relevantes. A ideia aqui é explorar as ações conduzidas pelas 4 maiores empresas existentes no Brasil: Vivo, TIM, Oi e Claro e avaliar como essas empresas buscam aderência às melhores práticas de mercado mundial.

Dentro da indústria de telecomunicações, todas as empresas avaliadas concebem abordagens sobre o ESG na principal mensagem de seus presidentes. Desta forma, avaliamos as narrativas e ações executadas por cada integrante do mercado e em seguida avaliamos os principais marcos conquistados do setor sob os aspectos de ESG e fazemos uma avaliação comparativa destas empresas.

Posicionamento da Indústria de Telecomunicações e o ESG

Principais elementos considerados na análise ESG, segundo a matriz:

As empresas não partirão do zero. Várias inciativas estão em andamento atualmente e de acordo com o posicionamento e evolução do mercado, cada vez mais o foco estará na adoção de práticas alinhadas às diretrizes ESG.

Trazemos aqui uma visão alto nível do posicionamento das empresas de Telecomunicações, no que tange a essas práticas, por componente:

Enviroment (E)

Podemos constatar no pilar de Enviroment (E) que as empresas de Telecom estão muito focadas em iniciativas voltadas para energia e meio ambiente, direcionando ações de melhoria da matriz energética, com bastante foco em fontes renováveis. TIM, Vivo e Claro estão bem avançadas nesse aspecto, adquirindo certificações importantes e reconhecimento do mercado, enquanto a Oi, apesar de estar executando diversas iniciativas, ainda está atrás nesse quesito.

Social (S)

No aspecto Social (S) fica evidente que a agenda das empresas hoje foca bastante seus esforços em temas relacionados à equidade de gênero, como a inclusão de mulheres nos cargos executivos, no racismo, com a inclusão de negros em seus quadros de colaboradores, e no combate ao preconceito, apoiando as minorias em causas nesse sentido.

Em contrapartida, percebe-se que temas importantes não são trabalhados com o mesmo empenho através de iniciativas mais sólidas voltadas para educação e assédio, já que são assuntos muito discutidos nos dias de hoje e estão em clara evidência.

Governance (G)


No que se refere a Governança (G), existe um foco muito evidente no tema corrupção, em virtude do cenário presente em nosso país nos últimos anos. No entanto, não identificamos ações claras relativas à transparência, aspecto tão relevante quanto e que acaba naturalmente refletindo no combate à corrupção.

  • TIM Brasil

A trajetória da TIM já é de longa data na integração dos aspectos hoje conhecidos como ESG na cultura corporativa e na tomada de decisão. O pioneirismo e liderança da empresa nessas temáticas é reconhecido publicamente há mais de uma década. Há 14 anos a Companhia faz parte da Carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE-B3). Em 2022, a TIM foi considerada uma das empresas mais sustentáveis do mundo pela S&P Global ESG, organização responsável pelo Dow Jones Sustainability Index (DJSI). Além disso, a Companhia foi incluída no Sustainability Yearbook 2022 pela evolução da sua performance no processo de submissão ao DJSI, com um crescimento de 24,2%.

Fonte: https://www.tim.com.br/sites/default/files/2022-05/Relatorio__ESG_2021.pdf

A estratégia da TIM frente à tendência do ESG

Em 2021, o Grupo TIM aderiu à iniciativa Science Based Target (SBTi), cujo objetivo é promover as melhores práticas de redução e neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEE), engajando empresas mediante compromisso público de submeter suas metas de redução de emissões a fim de que sejam validadas por meio de método científico. A meta do plano ESG da empresa é atingir a neutralidade de carbono até 2030. Desde 2014, a TIM adquire créditos de carbono para compensar parte de suas emissões. Em 2021, a TIM investiu na neutralização de parte das emissões de GEE por meio da aquisição de 592 créditos de carbono do projeto florestal REDD+ em parceria com a Carbonext. Entre os resultados já alcançados em 2021, destaca-se a redução de diretas e indiretas de GEE em 94%, em comparação com 2019.

O consumo de energia da TIM e o ESG

Com relação ao consumo de energia, ao final de 2021, a TIM contava com 46 usinas ativas, o que juntamente com a compra de energia no Mercado Livre viabilizou alcançar o patamar de 83% de energia renovável do consumo direto total (79% na média anual). Com a aquisição de certificados de origem de energia renovável (I-RECs), a TIM atingiu a marca de 100% de energia renovável em sua operação. Assim, em 2021, 100% do consumo de energia elétrica (652.052 MWh) decorreu direta ou indiretamente de fontes renováveis. A meta do Plano ESG é manter essa conquista até 2025.

Incentivar e promover a logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes é outro foco da TIM. A empresa tem como meta para 2022 de coletar 3% desses resíduos tendo como ano base o volume comercializado em suas lojas em 2018. Em 2021, o resultado alcançado foi de 0,30 tonelada. Desse total, 97,5% foram reciclados.

A TIM e o aspecto Social

Dentro do aspecto Social (S), a TIM tem como foco os temas de inclusão digital, diversidade e inclusão, direitos humanos e educação. Diversas iniciativas internas e compromissos voluntários assumidos resultaram em importantes reconhecimentos: a TIM se tornou a primeira operadora brasileira a integrar o Refinitiv Diversity & Inclusion Index e, em fevereiro de 2022, a companhia também passou a integrar o Índice de Igualdade de Gênero da Bloomberg. Hoje, a TIM possui 51% de mulheres no quadro funcional, sendo 34% de mulheres em cargos de liderança (gerência e diretoria). Com relação a cargos para pessoas pretas ou pardas, representa um total de 36%, e o objetivo é alcançar a marca de 40% de pessoas negras no seu quadro de colaboradores até 2023. Nas duas edições em 2021 do Programa de Estágio, foram 68% e 56% vagas ocupadas por pessoas negras, além de selecionar profissionais LGBTQI+, com deficiência e acima da faixa etária usualmente buscada.

Em 2021, a empresa obteve do selo da Women on Board (WOB) pela presença feminina no Conselho de Administração, adoção de linguagem inclusiva na URA Cognitiva com a assistente virtual, chamada Taís, responde com voz humanizada e não sexista, além de várias outras ações para integrar diversas raças, gêneros, visando igualdade social.

O instituto TIM e o ESG

O Instituto TIM fortalece e direciona o investimento social da empresa na promoção do desenvolvimento humano. Fundada em 2013, os projetos vêm sendo desenvolvidos orientados por quatro princípios e já beneficiaram mais de 700 mil pessoas em cerca de 500 cidades, em todos os estados brasileiros. Os projetos visam desde educação, aplicações tecnológicas para desenvolvimento humano, promoção de inclusão tecnológica produtiva para jovens e a inclusão social. Dentre os principais projetos em destaque do Instituto estão Bolsas Instituto TIM, Academic Working Capital, TIM TEC, Bateria do Instituto TIM e parceria com One By One.

Para 2023, a TIM possui uma meta de levar a conectividade do 4G a 100% dos municípios do Brasil. Em 2021, reforçou sua presença no setor agrícola junto ao ConectarAGRO, reunindo provedores de soluções para o segmento Agro e Telecom, sendo a única telefonia a fazer parte da associação. Hoje o 4G TIM no Campo, já cobre mais de 6,2 milhões de hectares, beneficiando 600 mil pessoas, em oito estados diferentes e 218 cidades em território rural, ações estas que impactam e reforçam o aspecto social das ações da TIM.

Programa de integridade da TIM e o ESG

Em 2021, o Programa de Integridade da TIM foi certificado de acordo com a norma ISO 37001, padrão internacional para sistemas de gestão antissuborno e anticorrupção, antecipando a meta que era para 2022. Esta demonstra para os diversos stakeholders o comprometimento da empresa em adotar controles eficazes para combater o suborno em todas as suas formas. A TIM é a primeira do setor de telecomunicações no Brasil a ser reconhecida, alcançando com um ano de antecedência essa meta.

Uma ação de grande impacto na companhia é o projeto Jorney to Cloud, que envolve digitalizar todos os processos, inclusive nas plataformas de atendimento e relacionamento, sendo a TIM a primeira operadora a migrar para nuvem 100% dos seus datacenters. Essa ação tem impacto direto no aspecto ambiental uma vez que a migração para a nuvem reduz automaticamente as emissões diretamente associadas ao armazenamento dos dados em espaços físicos, um importante passo para a meta da Companhia de ser carbono neutro até 2030. Em 2021, 44% do workload do projeto já foi migrado.

Com a maturidade na agenda ESG e desempenho operacional e financeiro sólidos permitiram concluir, em junho de 2021, a primeira emissão de debêntures atrelada a objetivos e metas ESG no Brasil. A captação total de R$ 1,6 bilhão impulsionará o atingimento dos objetivos estratégicos com benefícios para a sociedade e o meio ambiente. Os títulos de Sustainable Linked Bond (SLB) serão ancorados em duas metas: ambiental e social.

  • Vivo

Conforme palavras do presidente: “Na Vivo, acreditamos que a vida digital é a vida real e que a tecnologia está a serviço do desenvolvimento e da transformação da sociedade. E cumprimos esse papel materializando nosso propósito em quatro pilares que sustentam nossos investimentos, relacionamentos e decisões estratégicas: #TemVivoPraTudo, #TemTudoNaVivo, DNA Vivo e #VivoSustentável.”

Os pilares da vivo na indústria de telecomunicações e o ESG

No pilar #VivoSustentável, estão contempladas as iniciativas relacionadas ao ESG, identificando as ações conectadas para promover o cuidado com o meio ambiente e com as pessoas e o compromisso com a transparência e as melhores práticas de governança corporativa.

Ao longo dos últimos anos, a Vivo vem adotando ações para se tornar uma empresa que seja reconhecida pela preocupação em relação a sustentabilidade. Em 2021, a Vivo foi reconhecida pelo 2º ano consecutivo como uma das empresas mais sustentáveis do mundo de acordo com a Sustainability Yearbook 2022, sendo a empresa com melhor colocação em seu ranking setorial da América Latina (12 º lugar). É uma empresa Signatária dos Padrões de Conduta para empresas da ONU.

Fonte: https://vivosustentavel.com.br/

A Vivo e a utilização de energia renovável

Hoje, a Vivo é uma empresa que utiliza energia elétrica 100% renovável e atua fortemente na redução energética, tendo como uma das iniciativas o desligue da tecnologia 3G, com a desativação da tecnologia que já está obsoleta em nosso país.

Como parte da política para adotar as melhores práticas no uso de energia renovável, em 2018 começaram a produzir energia própria por meio do modelo de geração distribuída, utilizando fontes renováveis de origem solar (61%), hídrica (27%) e de biogás (12%). Já são 23 usinas em funcionamento, com plano de chegar a 85 até final de 2022. Com todas as usinas operando, a Vivo produzirá cerca de 712 mil MWh/ano de energia, o que seria suficiente para abastecer todo o consumo de uma cidade com até 320 mil habitantes.

As estratégias da Vivo para reduzir o Carbono

Em 2019, a Vivo se tornou a primeira Telecom da América Latina a ter uma operação direta 100% neutra em carbono. Esse resultado decorre de diferentes projetos para reduzir e compensar os impactos ambientais relacionados ao consumo de energia e às emissões de CO2. Aquelas emissões que não são possíveis de reduzir, são compensadas por créditos de carbono, que ajudam a prevenir o desmatamento e conservar as florestas brasileiras.

Pensando em incluir também os clientes, a empresa incentiva a redução das emissões através do estímulo do consumo consciente e responsável. Oferecem um selo chamado Eco Rating, que funciona como orientação na compra de smartphones. Os dispositivos são pontuados através de uma análise de ciclo de vida que mede os impactos ambientais desde a extração das matérias-primas, fabricação, transporte, uso e descarte do aparelho. Em 2021, a metodologia foi revisada e relançada como parte de uma iniciativa do setor de telecomunicações na Europa que visa tornar o Eco Rating um padrão global para a indústria.

A Vivo monitora periodicamente todos os impactos ambientais relativos às operações, e possui programas como Recicle Com a Vivo (mais de nove toneladas de produtos eletrônicos coletados), Vivo Renova e Reaproveitamento de Uniformes que mantem o engajamento da empresa com a pauta de Enviromental (E).

A Vivo e a esfera Social

Preocupados com o uso responsável da internet e seus impactos nas vidas das pessoas e da sociedade, no Portal Dialogando são abordados temas com finalidade educativa em diversos formatos como artigos, cartilhas, podcast e webinars. Esta inciativa foi lançada em 2016 disponível em português e espanhol e divulga os conteúdos baseados em cinco principais pilares: comportamento, inovação, segurança, educação e sustentabilidade. Já são mais de 5,3 milhões de visualizações no Brasil em uma plataforma aberta.

A Fundação Telefônica Vivo é uma das responsáveis pela esfera Social no conceito ESG dentro da empresa Vivo. Trabalhando fortemente com o voluntariado corporativo, só em 2021 foram investidos R$64,2 milhões e beneficiaram 2,7 milhões de pessoas entre crianças, jovens e educadores. O foco está em desenvolver competências digitais em educadores e estudantes do ensino fundamental e médio para viabilizar a utilização de tecnologias, dados e dispositivos digitais de maneira responsável, facilitando o aprendizado. Além da educação, o programa de Voluntariado da Fundação Telefônica, em 2021, teve engajamento de 19.278 voluntários ativos beneficiando mais de 216 mil pessoas.

Pilar fundamental da cultura da Vivo, acreditam que não existe inovação sem a diversidade de pessoas, vivências, comportamentos, habilidades e atitudes, livres de preconceito. O programa de diversidade possui um comitê específico para o tema liderado diretamente pelo CEO. As mulheres representam 43% do quadro de profissionais da empresa e, ao final de 2021, 29% do quadro de executivos formado por elas. A meta para 2024 é termos 33% de mulheres em cargos de liderança. Com relação a equidade racial, a empresa é composta por 30,28% de participação de negros no quadro de funcionários. Em todos os âmbitos de igualdade social, a Vivo apresenta diversas iniciativas que são amplamente exploradas de forma a manter compromisso da empresa com sociedade.

A Vivo e o aspecto Governança

No aspecto de Governança (G), desde 2019, 20% da remuneração variável dos executivos está atrelada às metas ESG. Outro ponto importante é que 83% composição do conselho de administração são independentes, além de 33% das vagas serem ocupadas por mulheres.

Uma marca importante é a inclusão da Vivo entre as dez empresas líderes no novo índice de sustentabilidade, o S&P/B3 Brasil ESG, e a manutenção na carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) pela décima vez consecutiva, ocupando o 3º lugar no ranking geral. Além dos fatos já citados do reconhecimento no anuário do The Sustainability Yearbook 2022.
Estes são alguns dos principais pontos observados nas divulgações emitidas pela Vivo que evidenciam, a partir de uma comparação com seus pares, que empresa demostra um elevado nível de maturidade e comprometimento com o tema ESG.

  • Claro

A Claro Brasil é uma empresa América Móvil e, por isso, segue os planos globais de engajamento em relação a ESG. A América Móvil apresenta um posicionamento alinhado aos pactos globais e apresenta suas políticas próprias em relação aos direitos humanos, inclusão e ambiental, colocando isso como uma das maiores prioridades da empresa.

No Brasil, por meio do Instituto Claro, a empresa fomenta e patrocina eventos voltados para a responsabilidade social corporativa com foco em Educação e Cidadania, se posicionando no Brasil como pioneira tanto em energia limpa como em responsabilidade social. São guiados pelos seus valores voltados a pessoas, clientes, honestidade, inovação e sustentabilidade, todos esses dentro dos pilares do ESG.

A Claro e o compromisso com a pauta ESG

Para reafirmar seu compromisso com ESG, a Claro se tornou signatária do Pacto Global da ONU em 2021, se comprometendo a alinhar suas estratégias e operações aos Dez Princípios Universais de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. A empresa foi a segunda organização de responsabilidade social corporativa no Brasil a ser reconhecida pelo Department of Global Communications (DGC) da Organização das Nações Unidas (ONU) com o selo de Status Associativo, classificada como uma entidade sem fins lucrativos que promove ações em concordância com a Carta das Nações Unidas. Essa conquista reforça o compromisso de divulgar ações e contribuir localmente com os programas globais da ONU e com a mobilização da opinião pública, a fim de promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas.

A missão é conectar as pessoas por um futuro melhor através de investimento em projetos de educação e cidadania, utilizando a tecnologia para o desenvolvimento humano, social e ambiental, entre elas:

Qualificar gestores e professores da rede municipal de ensino, disponibilizando conteúdos e ferramentas para o aprimoramento de suas aulas;
Possibilitar a formação de jovens para o mercado de trabalho;
Fomentar a inovação e o empreendedorismo;
Investir em cidadania, por meio de projetos voltados para o desenvolvimento humano e ambiental.

A Claro e o pilar Meio Ambiente (Enviromental)

Em 2021 com relação ao pilar Enviromental (E), o Instituto Claro atuou em ações de mobilidade urbana, conscientização ambiental, redução de resíduos e incentivo ao uso de energia renovável no Brasil.

O programa A Energia da Claro Brasil garante que 60% de toda energia da Claro seja limpa por meio de geração distribuída proveniente de fontes renováveis, possibilitando a redução no consumo de energia e a redução de impactos ambientais.

A iniciativa utiliza fontes renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica, biogás e cogeração qualificada e ainda gerando de energia limpa para as concessionárias de eletricidade do setor. Esse é o maior projeto do tipo entre organizações de telecomunicações no país. Com isso, já evitaram a geração de mais de 300 toneladas de CO2, além da geração de mais de 10 mil empregos dentro da gestão de mais de 70 usinas de energia renovável do projeto.

Sobre projetos futuros, Hamilton Silva, Diretor de Infraestrutura da Claro, relatou que a Claro está concluindo a construção de mais 30 usinas de geração distribuída de energia, e em 2023 terá nada menos do que 103 plantas em funcionamento e produzindo energia sustentável no país. “Quando começamos o projeto em 2016 ainda não se falava em ESG. A iniciativa era motivada pelo Pacto Global da ONU, do qual somos signatários, e pela oportunidade em economias para a empresa. Hoje, somos um player relevante em geração e respeitado dentro da Aneel (Agência Nacional de Energia)”, afirmou o executivo. Além disso, Hamilton relata que a empresa deixa de emitir 254 mil toneladas de dióxido de carbono com a iniciativa. Até 2024 o número vai dobrar, podendo chegar a 540 mil toneladas ao ano de carbono não emitido.

A companhia detinha para 2017 uma meta de chegar a 80% do consumo de energia por meio de fontes renováveis, sendo que o consumo era de mais de 600 mil MWh/ano, com expectativa de inaugurar parques solares, eólicos, de biogás e de cogeração qualificada. Atualmente, 55% da matriz energética do grupo se baseia em fontes renováveis, sendo 38% por fonte solar, além de possuir 105.000 kW representando sozinha mais de 70% do mercado de Geração Distribuída entre as empresas de telecomunicações no Brasil.

Fonte: https://www.claro.com.br/empresas/servicos/claro-iot/energia-claro

O projeto Claro Recicla e o ESG

A Claro ainda conta com o Claro Recicla. Criado em 2008, o projeto baseia-se em um sistema de logística para descarte consciente dos componentes dos aparelhos, que são recolhidos nas lojas da operadora de todo o Brasil. Desde 2008 já foram reciclados mais 292 mil itens, o que equivale a cerca de 72 toneladas de resíduos eletrônicos. Além de reduzir o impacto ambiental, esses produtos são trabalhados para serem transformados em novos produtos, unindo o desenvolvimento e sustentabilidade.

Já Carlos Souza, diretor de Serviços técnicos da Claro, aponta que a empresa faz atendimentos técnicos com bicicletas elétricas, desde 2016, no projeto Bike Claro. O serviço fez com que o tempo de atendimento seja reduzido em um terço, já que as bicicletas se locomovem sem influência do trânsito intenso e tem facilidade de estacionar. “A prática evita o sedentarismo e traz melhorias para a saúde dos técnicos. E, a utilização dessas bicicletas promove a diminuição de CO2, uma vez que reduz a quantidade de automóveis em circulação”, adiciona. Hoje, a empresa disponibiliza aos técnicos 72 bicicletas elétricas em 13 estados do país, reduzindo em torno de 55 veículos em circulação na rua todos os dias.

A Claro e a diminuição do uso de papel

Outro projeto de grande importância ambiental e consciência ecológica é a diminuição do uso de papel. Desta forma a empresa evita burocracias e cria soluções digitais, acompanhando as mudanças globais. Até 2021, a meta da empresa era diminuir 25,2 milhões de folhas de papel, que conseguiu ser superada poupando mais de 34 milhões.

A Claro e o pilar Governança

No pilar de Governança, a Claro tem como meta a construção de um ambiente corporativo guiado por um código de ética, o oferecimento de treinamentos para todos os colaboradores e um comitê para fiscalização e avaliação de todas as demandas. Com relação à Lei LGPD, cumpriram a legislação, respeitando política de privacidade e fornecendo dados mediante solicitações. Em seu relatório de 2021, informam que 32.949 pedidos de quebra de sigilo foram atendidos a pedido de autoridades. Salientam que essa aplicação faz parte da inciativa de reforçar a transparência de suas operações.

Daniely Gomiero, Diretora de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade/Vice-Presidente do Instituto Claro diz que há uma recompensa econômica nas iniciativas. “A gente tem otimização e redução de custos para a própria companhia, é um ponto superimportante. Na verdade, tem muitas possibilidades com usina e fonte de geração, então provavelmente tem um ganho”, explica. A Claro não divulga se há metas atreladas aos bônus dos executivos, mas cada área ou diretoria tem indicadores que contribuem para os projetos, o que implica em incentivos para a governança.

Apesar de ter várias inciativas com relação a Enviromental (E) e Governance (G), a Claro possui muitos mais projetos voltados para Social (S). Como a Daniely Gomiero relata no Relatório 2021, a empresa está comprometida com um futuro melhor, tendo como pilares a educação e cidadania que são pilares de uma sociedade mais justa e humana.

Fonte: https://www.institutoclaro.org.br/quem-somos/

Demais projetos da Claro com iniciativas ESG

Projetos como Campus Mobile, Diploma ao Quadrado, Dupla Escola, entre outros, fornecem educação a jovens, capacitação e até vagas de emprego para aqueles que participam. Um dos maiores projetos que a Claro está participando é o 1Mio, uma iniciativa que faz parte do programa Global Generation Unlimited das Nações Unidas. Este projeto já ajudou 26 milhões sendo voltado para jovens de 14 a 24 anos em situação de vulnerabilidade.

Outra iniciativa importante e com a intenção de promover o uso da tecnologia 5G e contribuir para a inclusão digital, a Claro uniu a Central Única das Favelas (CUFA) e o Instituto Pro Saber para implementar melhorias na sala de aula na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, na qual famílias, adolescentes e jovens podem acessar a internet em alta velocidade, aplicações de telemedicina e EAD.

Nesta mesma linha, o Conectividade na Educação possibilita os gestores, diretores e secretários da educação consigam monitorar o desempenho da rede de banda larga nas escolas municipais e estaduais de todo o Brasil. Através destes dados, é possível formular políticas públicas de conectividade e mapear pontos de melhoria.

Ainda no aspecto Social, a Claro é parceira do Teleton desde 2017 que visa a melhoria de qualidade de vida de milhares de crianças em todo Brasil pela AACD. Em 2021, a empresa fez uma doação direta de R$200.000 para a Teleton, além de arrecadar outras doações por meio de clientes em canal exclusivo na TV para a ação. Cada uma destas doações tem como objetivo tratamentos de saúde e atividades sociais para pessoas com deficiência.

Outros projetos como Rota Solidária, Ação Social pela Música, Assume, Conexão Voluntaria e outros, também de grande importância no âmbito Social (S) focando em desenvolvimento humano e voluntariados com doações de alimentos a comunidades e pessoas em situações de risco.

  • Oi

Em processo de recuperação judicial, a Oi construiu um plano de separação estrutural, com a criação de uma empresa de infraestrutura (InfraCo), operando como rede neutra e vendendo a capacidade para outros participantes do mercado. Adicionalmente, criou a ClientCo, empresa voltada para experiências digitais com o cliente. Assim, a “Nova Oi” manteve a preocupação e alinhamento das melhores práticas de ESG.

Conforme palavras do Presidente da Oi, Rodrigo Modesto de Abreu, “Outro ponto que ressalto diz respeito aos temas ESG, que enxergo como pilar fundamental para qualquer empresa. Estamos determinados a atuar junto aos nossos stakeholders com responsabilidade, ética e transparência, investir na ecoeficiência de nossas atividades, mitigar os impactos ambientais das operações e serviços, reduzir a pegada de carbono e respeitar a diversidade dos nossos colaboradores, clientes e fornecedores. Temos como objetivo cooperar para o desenvolvimento da economia com sociedades sustentáveis e inclusivas, impulsionando a transformação digital.”

A Oi e o Relatório de Sustentabilidade

Segundo Relatório de Sustentabilidade de 2021, no âmbito Ambiental (E), os projetos de Geração Distribuída e Mercado Livre, juntos, atingiram a marca de 47% da matriz de energia da Oi proveniente de fontes renováveis (biogás, solar e hídrica), e possuem como meta atingir 80% em 2022 e 100% em 2025. Em 2021, 7,2 MWm de energia proveniente da aquisição de usinas de fontes renováveis, garantiram uma economia para a companhia de R$ 7,2 milhões. Além disso, a coleta de materiais descartados para reciclagem e recuperação de equipamentos eletrônicos para recondicionamento e reuso gerou uma economia de CAPEX de R$44,5 milhões em 2021 através de 282.901 unidades de equipamentos de FTTH e 4.000 unidades de equipamento de dados.

Fonte: https://oinovafibra.force.com/esg/s/nossas-praticas-ambientais”

A Oi e o comprometimento com o Social

Com relação ao seu comprometimento com Social (S), a Oi implementou diversas iniciativas que contribuíram com educação de qualidade, igualdade de gênero, trabalho decente, crescimento econômico e redução de desigualdades. O Nave é o principal programa de educação de ensino médio da Oi, completando 15 anos em 2021 com mais de 3.300 estudantes formados no ensino médio.

Em 2021, a Oi realizou o 1º Censo de Diversidade e Inclusão com objetivo de mapear a demografia de diversidade da companhia para direcionar ações regionalizadas e assertivas. Quando comparados ao mercado, os resultados apurados são superiores nos pilares de gênero e raça.

O Programa de Diversidades realiza palestras que abordam temas de gênero, cor/etnia, orientação de afeto sexual, deficiências e suas intersecções, que tem como objetivo ampliar olhares, promover diálogos entre colaboradores e gestores, reflexões e conscientizações, além de estimular um ambiente de trabalho mais seguro e respeitoso.

A Oi é certificada Women On Board (WOB) que é uma iniciativa independente realizada com o apoio da ONU Mulheres Brasil, a qual visa reconhecer a existência de ambientes corporativos mais diversos, valorizando a presença de mulheres em conselhos de administração ou consultivos. Atualmente, a Oi conta com mais de 200 mulheres na liderança, o que representa 36% do total de líderes da companhia, sendo três delas diretoras com reporte direto ao CEO.

A Oi e as iniciativas de Governança

Um dos avanços mais importantes na frente de Governança foi o estabelecimento de um Conselho de Administração com conselheiros independentes, garantindo cadeiras para duas mulheres (Women on Board), adesão ao Pacto Empresarial Anticorrupção e a implantação da meta de se tornar a empresa com compromissos pró-Ética até 2023. Desta forma, mesmo que mais modesta nas ações ambientais e de governança, a Oi vem buscando estar alinhada com as demais empresas de telecomunicações no Brasil e no mundo.

As empresas de Telecomunicações e o cenário ESG

As empresas vêm buscando diversificar as ações sendo mais abrangentes além das preocupações das mudanças ambientais. Outro ponto importante é o crescimento das parcerias para o enfrentamento dos desafios em todos os aspectos e principalmente nos sociais e ambientais.

Recentemente, o Fórum Econômico Mundial coordenou uma iniciativa buscando desenvolver métricas básicas de ESG. Essas métricas darão clareza para investidores e outros stakeholders e garantir que os investimentos avancem nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

O que fica claro é que esse é um tema que ganha força a cada dia e que não deve ter mais volta. Sendo assim, as empresas que não estiverem alinhadas neste pensamento podem ter dificuldades no futuro. Ou seja, estar aderente às práticas ESG pode representar inúmeras oportunidades e trazer resiliência ao negócio.

  • Licença Para Operar

Seja pelo atendimento das regulamentações vigentes ou que estão por vir, ou por estar alinhado aos movimentos da sociedade, adotar as práticas ESG mitiga riscos e traz liberdade para operar.

  • Eficiência Operacional e Redução de Custos

A busca por uma sociedade de baixo carbono direciona para mais eficiência na utilização de recursos, sejam eles: água, energia e outros insumos não renováveis, que deve proporcionar menores custos operacionais.

    • Redução de Custo de Capital

Mundo interpreta que à adoção de práticas ESG traz sustentabilidade para o negócio e menos riscos, o que resultada em menores custos para captação. Além disso, diversas instituições do mercado financeiro direcionam recursos para investimentos em práticas sustentáveis.

    • Novos Clientes e Mercado

Pessoas buscam por produtos sustentáveis e optam por marcas com apelo de impacto social e ambiental.

    • Atração e Retenção de Talentos

Profissionais de alto nível querem trabalhar em empresas com uma causa de impacto social e ambiental, e que trazem as práticas ESG para dentro da organização.

    • + Inovação

O desafio em encontrar soluções e tecnologias que geram impacto social e ambiental (inclui clima) pode alavancar a inovação dentro de uma organização. “Colocar esses objetivos tão ambiciosos fomenta a inovação” … “E inovação gera resultado” Roberto Marques, CEO Global Natura.

    • M&As

Fatores ESG sendo considerados nos M&As devem fazer empresas com práticas desenvolvidas serem alvo tanto para trazer capabilities para outras empresas, como expectativas de retorno sustentável.

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