21 de julho de 2020 – Matéria Consumidor Moderno
por Melissa Lulio
O distanciamento social tem acelerado a procura por meios de pagamento alternativos ao dinheiro físico. Seria esse mais um passo rumo ao fim das moedas?
A pandemia do novo coronavírus tornou muito familiar a ideia de distanciamento. Reportagens, documentários e filmes feitos antes da COVID-19, que mostram cenas que costumavam ser tão cotidianas, como o hábito de molhar o dedo para virar a página de um livro ou comer e beber em meio a aglomerações, se tornaram costumes muito arriscados. Com isso, o comportamento do consumidor está sofrendo impactos duradouros, que tendem a perdurar após a pandemia – por exemplo, a forma como lidamos com o dinheiro físico.
Desde o início da crise sanitária, empresas que criam formas de pagamento capazes de substituir o dinheiro físico (as notas, as moedas) ganharam relevância – é o caso da Veloe e do Sem Parar, por exemplo, que evitam o contato com pessoas em pedágios e estacionamentos. Além dessas, companhias que viabilizam o pagamento sem contato, em pontos de venda do varejo, também estão cada vez mais em alta.
Pagamentos alternativos
No Reino Unido, o método de pagamento por aproximação já é comum: recentemente, aumentou-se o limite de gastos por transações NFC de 30 para 45 libras. Já no Brasil, o limite para o pagamento neste modelo, sem precisar da senha, dobrou, passando de R$ 50,00 para R$100,00, no início deste mês, após aprovação da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, para a que consumidores não precisem utilizar uma senha na hora da compra.
Mundialmente, o método de pagamento por aproximação já atingiu um certo grau de maturidade. Na visão da consultoria BIP, o Brasil tende a vivenciar essa aceleração a partir do início dos pagamentos instantâneos (PIX), em novembro de 2020. A expectativa é de ocorrência de uma potencialização nas transações por aproximação a partir de 2021.
“A CARTEIRA DIGITAL É UMA TENDÊNCIA TECNOLÓGICA QUE JÁ MOSTRA GRANDE ACEITAÇÃO DOS USUÁRIOS E A SUA UTILIZAÇÃO É VIABILIZADA ATRAVÉS DE SMARTPHONES.”
Luiz Fabbrine, responsável pelo setor de Serviços Financeiros da consultoria BIP
“Com o seu rápido crescimento e a expansão a ser impulsionada pelo PIX, a carteira digital, provavelmente, será difundida e adotada com mais força nos próximos anos”, diz Luiz ao Whow!.
A NOVAREJO abordou esta tendência, no início do ano, e trouxe a um relatório da Juniper Research, mostrando que esta modalidade já movimenta cerca de US$ 2 trilhões no mundo e o valor deve chegar até US$ 6 trilhões, em 2024.
Função social
Luiz explica também que o pagamento por aproximação irá aumentar o processo de bancarização no Brasil – afinal, por mais que estejamos falando sobre o fim do dinheiro, o fato é que ainda existem 45 milhões de brasileiros que não têm conta em banco, de acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva, em 2019. Prova disso é que o pagamento do Auxílio Emergencial, fornecido pelo governo federal, fez com que 30 milhões de pessoas entrassem no sistema financeiro.
Esse, porém, é apenas um primeiro passo em direção ao futuro. Uma vez bancarizados e acostumados com o uso do dinheiro invisível, na visão do responsável pelo setor de Serviços Financeiros da consultoria BIP, será a vez das tecnologias de blockchain, criptomoedas (moedas digitais) e assistentes virtuais, de fato, representarem “o dinheiro do futuro” e viabilizarem a diminuição efetiva do uso do dinheiro vivo.
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