AUTORIA

Pedro Souza

TRADUÇÃO

GERENTE RESPONSÁVEL

DIRETOR RESPONSÁVEL

A aplicação da Inteligência Artificial é uma realidade cada vez mais constante no varejo. Algumas redes já vêm se beneficiando de análises de grande volume de dados de padrões de compra, histórico de visualização online, previsões do tempo, tendências de mídia social, análise da expressão facial, entre outras.

Ao tornar as previsões mais precisas, o machine learning e a visão computacional antecipam as expectativas do consumidor e melhores previsões permitem melhorar o gerenciamento de suprimentos, definir promoções impactantes e, até, personalizar preços.

Preços em tempo real

As tradicionais etiquetas de papel, com marcadores colados sobre o preço original para mostrar os descontos serão “coisas do passado”. Com a Inteligência Artificial, os preços personalizados se tornarão uma oportunidade para os varejistas aumentarem suas margens.

Um varejista, por exemplo, poderá monitorar seus clientes para saber como estes se comportam quando compram um produto afim de identificar e ajustar as táticas de vendas mais eficazes. Assim, as prateleiras digitais podem oferecer informações dinâmicas e atraentes aos clientes para aprimorar sua experiência de compra. A análise de imagem e vídeo está sendo desenvolvida para entender as jornadas do cliente, direcionar as promoções em momentos relevantes e maximizar a eficácia dos negócios.

A loja pode observar como um cliente analisa e experimenta um produto ou serviço e aproveitar essa oportunidade para oferecer um desconto. Ou, também, cobrar um valor maior para aquele consumidor, porque sabe que ele está com pressa ou que tem uma boa condição financeira. Isso poderia permitir aprimorar abordagens para testar ofertas, preços, descontos e promoções.

A Kairos, por exemplo, usa reconhecimento facial e IA para identificar clientes e informar os lojistas sobre suas preferências e necessidades, além de medir o tráfego de pessoas ao longo do dia na loja e detectar o humor e o nível de atenção dos compradores. A partir dessas informações, a empresa consegue oferecer um serviço mais personalizado, com ofertas individuais a partir de históricos de compras anteriores do cliente.

As tecnologias aplicadas ao varejo ajudam não só a identificar falhas e fazer previsões de demandas, mas também ajudam a reduzir o estoque em excesso.  Com os aplicativos de IA, as empresas conseguem saber quais produtos são estocados com base em seus registros históricos, impedindo que eles se acumulem. Um sistema automatizado pode facilitar a reposição e o reabastecimento de um local a partir de câmeras de sistemas de vigilância com tecnologia inteligente que rastreiam o estoque em tempo real. Alimentos perecíveis podem se tornar automaticamente mais baratos à medida que se aproximam da data de vencimento. Assim, os preços podem flutuar de forma dinâmica em tempo real de acordo com a demanda.

O checkout automático já é uma realidade

As tecnologias de Inteligência Artificial também vêm permitindo maior rapidez e fluidez do ambiente offline, através do checkout non-stop e do pagamento automático.

Se antes os clientes precisavam esperar em fila para finalizar sua compra e pagamento,  agora eles podem fazer o checkout digital instantaneamente. A Zara, por exemplo, criou estações self-checkout em uma loja em Madri e a Waitrose, no Reino Unido, e está testando um aplicativo móvel que permitirá que os clientes da myWaitrose escanem os códigos de barras de produtos em seus smartphones enquanto colocam mercadorias na cesta de compras. Além disso, o aplicativo permitirá que as ofertas dos produtos digitalizados sejam vistas imediatamente.

Porém, o movimento mais inovador foi dado pela Amazon ao inaugurar a Amazon Go, um minimercado sem filas e caixa que aos clientes retirem as mercadorias das prateleiras e sair sem precisar parar em um caixa ou esperar em uma fila. Basta entrar, pegar o que precisa e sair. A experiência Just Walk Out Shopping permite que tudo seja feito pelo aplicativo Amazon Go. Ao passar pela catraca da porta, o consumidor digitaliza o código de barras personalizado a partir do aplicativo. Uma visão computacional permite identificar os clientes assim que eles entram na loja e detecta automaticamente quando os produtos são retirados ou retornados às prateleiras.

Além da visão computacional, tecnologias da IA com fusão de sensores e aprendizado de algoritmos permitem que essa experiência ocorra sem falhas. Centenas de câmeras monitoram cada movimento de quem entra na loja, controlando tudo que o cliente coloca na cesta. Quando os compradores saem, o sistema envia o recibo da compra por e-mail – com detalhes do que o cliente comprou, quanto pagou e quanto tempo passou na loja – e cobra diretamente no cartão de crédito.

As lojas Amazon Go contam com softwares de reconhecimento de imagem e inteligência artificial que prometem mudar a forma como o varejo se relaciona com seus consumidores. É uma experiência única para o usuário, por não precisar enfrentar filas e, para as lojas conhecerem o cliente e seu comportamento a fundo, podendo recomendar produtos, sugerir ou orientar sobre qualquer item em estoque.

A importância da utilização dos dados

Outros exemplos são o Carrefour e a Target, com a implantação de dispositivos eletrônicos (beacons) nas lojas para coletar dados sobre o comportamento dos clientes e seus padrões de compra, e passaram a usar algoritmos de machine learning para determinar quais são as promoções personalizadas para enviar clientes enquanto eles fazem compras. O Carrefour teve um aumento de 600% em usuários de aplicativos depois que passaram a coletar dados.

As empresas grandes possuem grandes quantidades de dados e aplicativos sofisticados de precificação que possibilitam responder rapidamente a mudanças no preço e na demanda, mas a realidade é que apenas 52% dos varejistas conseguem ter fácil acesso a dados. A inteligência artificial surge também para ajudar as lojas de varejo a capturar e gerenciar os dados externos, para que elas consigam entender melhor o seu consumidor e ofereçam uma experiência de compra mais intuitiva.

No futuro, as tecnologias de inteligência artificial também poderão ser usadas em larga escala para entregar mercadorias minutos após a compra. A maioria das empresas hoje investem em drones aéreos não tripulados. A cadeia de lojas de conveniência 7-Eleven se tornou a primeira varejista dos EUA a enviar pedidos via drones aos seus consumidores.

Em razão da complexidade da implantação da inteligência artificial e das mudanças constantes que ocorrem no setor varejista, há uma hesitação por parte dos profissionais em investir em inovação. Mas não investir em novas tecnologias fará com que os varejistas percam oportunidades de desenvolver relacionamentos significativos com clientes, gerar lucros e expandir seus negócios. Atualmente, menos de 20% dos varejistas implementam a IA ou o machine learning. Os profissionais que não se prepararem para essa realidade, perderão espaço no mercado.

Os varejistas devem buscar oportunidades para implantar a tecnologia dentro de suas organizações e em toda a cadeia de valor. O envolvimento com o cliente é um ótimo ponto de partida. É preciso entregar uma experiência de compra verdadeiramente personalizada e única e desenvolver soluções através da tecnologia automatizada. Não existe uma solução de IA perfeita, mas começar a adotá-la é o primeiro passo para desenvolver mudanças nesse setor.

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