AUTORIA

Ricardo Saravalle

TRADUÇÃO

GERENTE RESPONSÁVEL

DIRETOR RESPONSÁVEL

A relação dos combustíveis com o preço dos alimentos no Brasil

Os impactos da guerra da Rússia com a Ucrânia no varejo de alimentos no Brasil dependem bastante da duração, seus resultados e desdobramentos deste conflito.

No entanto, os preços dos alimentos no Brasil apresentam uma grande dependência dos valores dos combustíveis, devido aos seguintes fatores, conforme pesquisa realizada pela BIP em março de 2022:

  • Alta dependência dos transportes rodoviários, com cerca de 70% do transporte de cargas passando por rodovias no Brasil;
  • Poucos varejistas utilizando veículos híbridos ou elétricos para os transportes e entregas ao consumidor final;
  • Gastos com fretes aumentando, devido ao crescimento do e-commerce e entrega na última milha. Os varejistas que realizam entregas na casa dos consumidores finais gastam cerca de 6x mais do que os varejistas que utilizam somente as lojas físicas:

Conforme observado no histórico abaixo, desde janeiro de 2019, é possível observar a existência de uma importante correlação entre os valores do petróleo e a cesta básica de alimentos no Brasil:

Fontes: Dieese, Investing.com e BIP

Além dos combustíveis, a alta dos insumos também irá impactar o preço dos alimentos:

  • Fertilizantes: O Brasil compra cerca de 23% dos seus fertilizantes da Rússia e a redução da sua oferta pode levar ao aumento do preço global, encarecendo os preços dos alimentos no Brasil;
  • Trigo: A expectativa é de que o preço do trigo também será impactado, uma vez que a Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores do mundo, e sendo o Brasil um dos países dependentes destas importações.

O que os varejistas de alimentos podem fazer para mitigar os impactos da alta do petróleo?

Segundo Ricardo Saravalle, Head de Varejo e Bens de Consumo da BIP Brasil, os varejistas têm apostado em três principais iniciativas para reduzir os gastos em fretes:

  1. Inteligência em Transportes: Utilização de modelos preditivos para otimizar os transportes (ocupação de veículos, circuitos de entrega e outros) e torre de controle para monitorar a cadeia de distribuição ponta a ponta e atuar de maneira proativa nos desvios;
  2. Revisão da malha de distribuição: Ajustes nos fluxos de origem e destino dos produtos, buscando oportunidades de fretes mais baratos e ganhos tributários;
  3. Omnicanalidade: Exploração do clique e retire nas lojas físicas, pontos de parceiros como postos de gasolina e lockers, para reduzir o volume de entregas na última milha.

Como os varejistas podem se beneficiar: Parte dos investimentos que seriam destinados a Rússia virão para o Brasil

Se de um lado a guerra irá pressionar os preços dos fretes e alimentos, impactando as vendas do varejo no Brasil, de outro lado a Rússia foi retirada do principal índice de ativos de mercados emergentes do mundo, o EMBI Emerging Markets, e vem recebendo dezenas de sanções econômicas.

Por conta disso, os investimentos na Rússia serão redistribuídos entre outros países, sendo esperada uma atração de bilhões de dólares para o Brasil, organizados em duas principais frentes:

  1. Varejistas multinacionais: Empresas com operações na Rússia irão congelar os investimentos de abertura e reforma de lojas, entre outras atividades. O Brasil é uma economia que cresce em um ritmo mais acelerado que os países da Europa, motivo pelo qual é esperado que parte desses investimentos será redirecionada para o mercado brasileiro.
  2. Varejistas locais: Para os investidores, o Brasil agora apresenta menor risco se comparado à Rússia, gerando oportunidades para as empresas de varejo que possuem capital aberto ou com planos de IPO. Desde o início de 2022, os investidores estrangeiros deixaram por aqui R$ 37,4 bilhões – valor maior do que o acumulado nos 12 meses de 2018, 2019 e 2020, segundo a B3.

Por causa do cenário preocupante no Leste Europeu, a luta dos varejistas para ter fretes e preços mais competitivos se torna mais complexa, uma vez que é fortemente impactada por fatores externos ao Brasil e que não podem ser controlados pela economia do país.

Porém, no espectro dos investimentos, esperamos que os varejistas aproveitarão destes recursos aportados para crescer e melhorar os resultados, tanto nas lojas físicas quanto nos canais digitais.

Como a BIP Brasil pode auxiliar a sua empresa neste cenário de desafios e oportunidades?

BIP é uma consultoria global de negócios, especializada na transformação e gestão de empresas, com forte atuação no Varejo e Bens de Consumo. Possuímos um extenso track-record de projetos que resultaram em importantes resultados para nossos clientes, dentro dos seguintes pilares de atuação:

    • Go to market e crescimento online e offline
    • Excelência no comercial,  vendas e operações
    • Transformação do supply chain
    • Excelência no atendimento
    • Eficiência operacional

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