Em um setor onde a segurança está tão intimamente ligada à eficiência, é vital que as empresas tenham dados limpos e úteis em todos os aspectos de suas operações. A análise avançada pode ser uma parte essencial dessa solução, mas o mais importante é que as organizações sigam uma abordagem baseada em dados.
Na indústria de O&G, a análise de dados em tempo real certamente apresenta oportunidades inovadoras para estabelecer uma produção de petróleo mais eficiente, uma redução nos custos e riscos, uma melhoria da segurança, uma maior conformidade regulatória e uma melhor tomada de decisões.
Mas hoje em dia, as vantagens não param por aí. Visando atender às diversas regulações e promover mais transparência e credibilidade ao negócios, as áreas de compliance das petrolíferas vêm se beneficiando do enorme volume de dados gerados diariamente nas operações e têm utilizado diversas técnicas de Big Data para identificar potenciais irregularidades.
Ter pleno controle e comando das informações significa a possibilidade de desenhar o próprio futuro com mais previsibilidade, o que se traduz em vantagem competitiva e eficiência operacional. Quanto mais informações compuserem o universo da análise de dados, maior a oportunidade de redução de riscos.
Já consciente deste benefícios, a indústria de Óleo e Gás tem investido fortemente em procedimentos mais robustos para identificar, mensurar e gerenciar os riscos que afetam o negócio.
O uso dos dados em tempo real para a identificação de irregularidades
Atualmente, o advanced analytics possibilita a captura e a integração de dados de toda a empresa e permite identificar como os riscos são difundidos em toda a rede de negócios. Essas informações capturadas são importantes para melhorar os controles e identificar não conformidades de forma automática.
O uso da inteligência artificial baseada em modelos preditivos e machine learning permite que grande quantidade de dados sejam transformadas em indicadores de risco, performance operacional, produtividade e valor para as organizações, contribuindo para as análises dos departamentos de Risco, Compliance, Antifraude, Prevenção à Lavagem de Dinheiro, etc.
Com a utilização de modelos estatísticos e um banco de dados robusto é possível identificar atividades suspeitas em tempo real, além do apontamento de possíveis áreas de atenção. O machine learning permite ao modelo “aprender” novas formas de fraudes utilizando retroalimentação.
Um exemplo é o recebimento de e-mails criptografados que, caso sejam identificados como suspeito, geram um alerta aos novos e-mails semelhantes, tornando possível o computador ter autonomia para aprender novos tipos de fraudes e tentar bloqueá-las em segundos.
Outra aplicação do Big Data em compliance é a prevenção à lavagem de dinheiro através de correlações entre contas bancárias, clientes e diversas outras variáveis visando encontrar alguma irregularidade. Este tipo de atividade demandaria muito custo caso fosse realizada de forma manual, sendo assim, além de auxiliar na prevenção e aumento da transparência, a tecnologia consegue simplificar processos manuais que demorariam dias para serem realizados.
Neste sentido, o Big Data é uma revolução nos processos tradicionais, promovendo avaliações mais precisas, análises de crédito acuradas, detecção de fraudes e identificação de padrões de comportamento, tanto em relação ao cliente quanto aos produtos.
O que a indústria de O&G no Brasil tem feito
Quando analisamos a indústria de O&G no Brasil, notamos investimentos cada vez maiores em boas práticas de governança corporativa e compliance nas empresas e a estimativa é que se tornem cada vez mais presentes na rotina e nas atividades das instituições. Muitas delas estão utilizando o compliance para manter o controle e a integridade no combate à corrupção.
A Comissão de Compliance do IBP, composta por Chiefs Compliance Officers como Petrobras, Shell, BP e Chevron vem se dedicando à determinação de ações coletivas e diretrizes na condução das suas atividades e na criação de boas práticas voltadas às atividades da indústria de O&G.
A Petrobras, por exemplo, busca ampliar e criar mecanismos de compliance no controle às práticas de integridade. A petroleira implantou um novo modelo de gestão e governança e tem trabalhado para garantir a conformidade dos processos e aprimorar os mecanismos de prevenção, detecção e correção, que impeçam a ocorrência de desvios éticos, como fraude, corrupção e lavagem de dinheiro.