O termo Comunidades de Práticas (CoP) representa um grupo de pessoas, guiado por um propósito comum, onde suas ações sempre se desdobram em evolução de conhecimento, principalmente conhecimento tácito.
Segundo um dos mais renomados autores e especialistas no assunto, Etienne Wenger:
“Communities of practice are groups of people who share a concern or a passion for something they do and learn how to do it better as they interact regularly.”
Dois aspectos que melhor definem o que é uma comunidade de práticas são perfeitamente ressaltados nesta definição. O primeiro aspecto é o que há em comum entre os participantes: uma preocupação ou uma paixão. Além disso, a importância da colaboração é um aspecto marcante, pois indivíduos engajados em evoluir numa prática, se unem para evoluírem juntos, interagindo regularmente.
As comunidades de práticas são um importante canal para o desenvolvimento profissional e cultural nas organizações, pois não dependem das estruturas formais e oficiais da companhia para contribuir com a elevação do nível de conhecimento das pessoas.
No âmbito da agilidade, por exemplo, a CoP tem se mostrado como um importante instrumento de catalização dos métodos e ferramentas, pois apesar de algumas vezes emergir de contextos específicos, pode contagiar outras áreas da organização, rompendo barreiras institucionais.
Dentre os benefícios de se ter uma CoP, os mais relevantes são relacionados à quebra de silos, ao estímulo ao ambiente de colaboração, à diminuição da dependência do ensino formal e ao aumento do conhecimento tácito.
Em uma comunidade madura, onde os vínculos são fortes, há uma tendência de desenvolvimento de profissionais de alta performance, que apesar de atuarem como especialistas em suas áreas, têm uma bagagem organizacional mais robusta e preparada para mudanças.
Entretanto, alcançar um estágio de maturidade elevada em uma comunidade, envolve um nível de dedicação também elevado. Principalmente por parte dos chamados “heavy contributors”, que em geral correspondem a uma parcela bem pequena do total de participantes.
De acordo com o gráfico abaixo, desenvolvido também por Etienne Wenger, o esforço necessário em cada fase de maturidade de uma CoP é quase que inversamente proporcional a sua visibilidade. Apenas, no nível de “self-sustaining”, onde a comunidade depende menos dos “heavy contributors”, por ter uma base relevante engajada de participantes, é que o nível de esforço é menor.
Experiências passadas da Bip em implantação de CoP, apontam que a receptividade das pessoas a este movimento é muito positiva em todos os níveis funcionais. Isso porque, de forma geral, os funcionários sentem-se mais protagonistas em meio aos novos desafios da companhia, e mais preparados para o dinamismo das práticas, uma vez que têm um compromisso regular de interação.
Motivados por essas iniciativas, lançamos na Bip, a Agile to Dare, uma comunidade de práticas de agilidade. Este nome foi escolhido por estar alinhado ao nosso payoff “Here to Dare”, onde entendemos que a agilidade é um meio para estarmos sempre preparados para o inesperado.
A partir desta CoP, entendemos que seremos capazes de alcançar novos objetivos, inovar, transformar as nossas entregas, bem como transformar como nossa companhia é reconhecida. São objetivos organizacionais que estão sendo abraçados não apenas pela liderança, mas principalmente pelos consultores, que se engajaram em crescer nesta prática por meio do expressivo conhecimento do time de agile coaches da Bip.
Investir e patrocinar o desenvolvimento de Comunidades de Práticas nas organizações é uma estratégia interessante para as empresas que desejam acompanhar a evolução e os desafios do mercado. O aprendizado coletivo de conhecimento baseado na experiência, tem potencial para sustentar a estratégia das organizações na disseminação de novas práticas e valores culturais.