Uma Organização de Alta Confiabilidade – do original High Reliability Organization (HRO) – é uma empresa com sistemas e governança para prever a natureza de risco do trabalho e manter os níveis de ocorrências baixíssimos.
As razões para ter uma performance HRO envolvem:
- segurança operacional
- minimização de erros
- eficiência de processos
- preservação dos lucros
Isso porque a operação em condições pouco eficazes pode ser arriscada à vida, à qualidade dos serviços e até aos custos de prejuízo para uma companhia. Sendo assim, tornar-se uma empresa HRO é definir processos intencionais de cultura organizacional, que sejam seguros e claros para todos os níveis.
Dentre os exemplos de segmentos com empresas HROs, encontram-se submarinos nucleares, energias, aviação, hospitais, indústrias de óleo e gás, dentre outras. Além de apresentarem indicadores de excelência, qualidade e eficiência, precisam prezar pela segurança em seus processos e execuções.
Por tais razões, os parâmetros HRO são personalizáveis. E para serem bem-sucedidos em governança, devem envolver desde a gestão até os trabalhadores, da diretoria aos fornecedores e parceiros. É uma estruturação de um sistema seguro, de organização de alta confiabilidade e capaz de potencializar lucros.
Confira a seguir as bases de uma HRO e como aplicar esses ganhos na sua companhia.
O que é uma empresa com alta confiabilidade?
Imagine uma indústria nuclear que se descuida no manejo de produtos. Ou um hospital que falha no diagnóstico correto de um paciente. Ou um piloto de avião que perde a comunicação com a central. Esses são exemplos dos riscos envolvidos na operação de algumas companhias essenciais no mercado.
Tais erros são prejudiciais não apenas ao trabalhador ou à reputação e governança de uma empresa. Os danos envolvem perdas materiais, impactos na comunidade e até mesmo risco à vida. Por isso, a atividade desses setores deve ser monitorada e constantemente aprimorada, para reduzir os riscos.
Organizações de Alta Confiabilidade, as HROs, são aquelas que conseguem potencializar ao máximo a segurança e eficiência. Por meio de processos que melhoram a cultura organizacional, elas mobilizam todas as estruturas e colaboradores para continuar evoluindo.
Assim, a indústria nuclear pode prever e prevenir os perigos de seus produtos, o hospital propicia a colaboração e aprendizado de seu corpo médico, e o avião pousa com os passageiros em segurança.
Isso só é possível com envolvimento e crescimento de toda a empresa. Por tal razão, os aprendizados e estruturas de uma HRO podem inspirar otimização em todas as companhias.
Vantagens de ser uma HRO
Mas afinal, como pode ser que qualquer companhia se beneficie em governança ao se basear em um sistema personalizado, feito para minimizar os níveis de risco?
Veja os ganhos de uma prática HRO:
- Segurança:
Mobilizar sua equipe para estar atento aos riscos previstos e estabelecer caminhos para atuar com confiança e controle.
- Colaboração:
Promover a união de propósito entre os profissionais, com canais de diálogo para definir as estratégias e melhorias, juntos.
- Aprendizado:
Abrir o espaço para aceitar, discutir, analisar e aprender com os erros, para um constante aperfeiçoamento de práticas.
- Crescimento:
Incluir todos os níveis de colaboradores em uma jornada de troca e evolução, colocando a gestão como exemplo e apoio.
- Lucros:
Otimizar os processos e a segurança pode gerar inovação, diferenciais de mercado e ainda minimizar prejuízos por acidentes severos.
Tais ganhos são possíveis com a estruturação de uma cultura organizacional defendida e praticada por todos os profissionais. E há ferramentas para atingir esse objetivo. Veja a seguir.
Principais características HRO na prática
Prevenir falhas, identificar riscos e definir os pontos de melhora em uma empresa. Esses são os objetivos de uma HRO, para analisar e corrigir antes mesmo de uma crise.
Diferente de abordagens como manuais passo a passo, um sistema HRO com governança vai além da descrição de operações, equipamentos e responsabilidades. A meta é prever situações e estabelecer processos eficientes e seguros, através de expertise e ferramentas.
Com isso, é possível minimizar falhas humanas, técnicas ou operacionais e até mesmo de confiabilidade organizacional. Confira os pontos essenciais:
- Definir riscos, complexidades, consequências, frequência etc.
- Organizar as estruturas, processos, senso de responsabilidade, panorama e estratégias adaptáveis.
- Orientar para o aprendizado, comunicação aberta, colaboração e feedbacks, evolução e investigação de erros.
- Promover cultura justa, accountability, discussões abertas e denúncia segura sem medo.
- Prever problemas que envolvem preocupação com falhas, relutância para simplificar e sensibilidade para operações.
- Incluir a resiliência em situações emergenciais, robustas ou redundantes, o respeito aos experts, o apoio da gestão e o treinamento para competências.
- Liderar com atenção à segurança como prioridade, ao engajamento de equipe e aos meios de comunicação, além de ter em mente a totalidade do projeto para gerenciar funções, mudanças, e exceções.
Com essas visões implementadas de forma clara na sua companhia, fica viável o crescimento e capacitação contínua de colaboradores e da empresa de forma simplificada e adaptável aos momentos presentes e futuros. Assim fica mais fácil conter ou contornar crises, bem como ter governança e abertura para aprender e corrigir os erros.
Como posso me tornar uma HRO?
Tudo começa com o diagnóstico. É preciso determinar os riscos da operação em sua empresa, as principais consequências das falhas, como atuar de forma segura e até mesmo mapear os diferenciais e oportunidades que podem conquistar o seu mercado.
Com base em análises personalizadas, pertinentes sobre a sua companhia, a governança e o setor de atuação, é possível finalmente estruturar o que virá a ser o seu sistema HRO. É importante contar com especialistas na área, para propor os caminhos mais adequados e ter a expertise de consultores do seu setor. Que tal conhecer os diversos serviços da BIP Consultoria?
Os passos de implementação e a continuidade evolutiva dos seus processos podem ser planejados durante o diagnóstico e proposta. E na prática, seu sistema vai continuar evoluindo de forma previsível, mas também emergencial e mesmo criativa.
Seus colaboradores deverão ter os meios e a comunicação aberta para relatar problemas, preocupações e até mesmo prever oportunidades. Com essas novidades surgindo, a governança da sua companhia pode ser base para revisar se o sistema ainda é válido e apropriado.
Por isso, ao longo do processo e com o compromisso de todos os colaboradores, sua empresa deve almejar e praticar um ambiente de aprendizado e crescimento. É assim que poderão aperfeiçoar ainda mais sua eficiência, com disciplina até para lidar melhor com as crises.
Afinal, ser uma HRO é sobre ter uma cultura organizacional que busca não ter nada a perder.