O open banking no Brasil apresenta uma barreira de entrada que limita a competição, ao permitir a participação apenas de instituições autorizadas pelo Banco Central na fase inicial, afirmou Luigi Iervolino, diretor do centro de excelência em open banking da Bip Consultoria, durante painel realizado hoje,25, no Digital Money Meeting.
“Os grandes bancos, que na sua maioria têm empresas de investimento e seguradoras, podem compartilhar informações nessa fase, ao passo que as seguradoras que não pertencem a um grande conglomerado estão impedidas. Corre-se o risco de se criar exatamente o oposto da premissa inicial do open banking, que é eliminar a assimetria de informação”, disse.
Na Europa, segundo ele, qualquer fintech pode participar do ecossistema do open banking como um agregador de informação, o que tem contribuído para a competição. Dos mais de 450 agregadores registrados na Europa atualmente, apenas 35% são bancos tradicionais.
Open finance
Na sua opinião, para evitar a assimetria de informação, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) teve de criar, por exemplo, o open insurance e, provavelmente, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima) criará o open investment.
Na avaliação de Iervolino, o único país europeu em que o open banking de fato vingou até agora foi o Reino Unido. Bancos digitais e startups têm crescido bastante por lá, pois sabem aproveitar os benefícios do compartilhamento de dados para melhorar a experiência dos clientes e ampliar o portfólio de produtos e serviços.
No Brasil, ele acredita que os consumidores vão aderir facilmente ao open banking, pois o brasileiro compartilha bastante seus dados. “O Guia Bolso, por exemplo, pede a identificação do usuário e senha aos clientes para acessar seus dados. Existem sites de vendas de milhas que pedem usuário e senha para vender suas milhas. Isso tudo existe no Brasil, pois é uma tendência do brasileiro compartilhar seus dados”, observa.
Mesmo assim, segundo ele, o Brasil está implementando o open banking mais seguro do mundo. “Até no Reino Unido, o primeiro país em que o open banking foi implantado, não tem os mesmos padrões de segurança exigidos pelo BC. Não existe o menor risco de interceptar qualquer informação no open banking brasileiro”, conclui.
Para ele, o open banking é uma aplicação real da Lei Geral de Propriedade de Dados em ação. Cabe ao cliente decidir com quem vai compartilhar seus dados e por quanto tempo.
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