Instituições financeiras se ajustam para operar como ‘banco aberto”

Mercado Financeiro – 24 de setembro de 2020

Banco Central prevê que até outubro de 2021 integração esteja completa.

Líder da Bip Brasil, Luiz Fabbrine
Luiz Fabbrine, líder da área de finanças da Bip Brasil

A primeira fase do open banking começa a entrar em vigor no Brasil em 30 de novembro deste ano, prevê o Banco Central. O open banking é o compartilhamento de dados e serviços bancários, com autorização dos clientes, entre instituições financeiras por meio da integração de plataformas e infraestruturas de tecnologia. Os pequenos e médios bancos estão se preparando tecnologicamente para participar da integração. De acordo com o BC, o open banking será implementado em quatro fases com término previsto em outubro de 2021.

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC), a principal associação que defende os interesses dos bancos de médio e pequeno porte do país, contratou a consultoria Bip Brasil para gerar soluções para as adaptações tecnológicas necessárias demandadas pelo novo sistema. A consultoria está trazendo para a ABBC experiências de atuação em mercados da Europa: plataformas compartilhadas e sistemas padronizados são algumas das estratégias que estão sendo avaliadas para aproveitar as novas possibilidades de negócios que vão surgir no mercado.

“O compartilhamento do histórico de relacionamento de clientes com a instituição bancária e de seus dados em um único aplicativo vai gerar uma competitividade antes inexistente no país. Sabemos que este é um mercado altamente concentrado. Os bancos médios e pequenos têm à frente um ótimo momento”, diz Luiz Fabbrine, líder da área de finanças da Bip Brasil, que considera as inovações em curso no setor financeiro “revolucionárias”. Fabbrine explicou à reportagem do Monitor Mercantil como se dá o processo de consultoria em Open Banking.

Que exemplos mais próximos à nossa realidade estão sendo considerados pela Consultoria Bip no projeto da ABBC?

– A Bip traz para a ABBC uma experiência internacional de open banking. Em vários países da Europa, onde atuamos, este processo se iniciou mais cedo, a partir de 2018. O modelo europeu experimentado é a base para o as soluções que estão sendo implementadas no Brasil.

Em que consiste essa consultoria?

– Somos um suporte técnico. Atuamos ainda na organização dos grupos de trabalhos da ABBC para gerar definições dos aspectos tecnológicos e de segurança necessários para implantar o open banking. Estes estudo são levados para a Convenção estabelecida pelo Banco Central, onde são realizadas votações da qual participam outras associações do mercado.

Que mudanças os pequenos bancos precisam realizar para estarem aptos a atuar na configuração open banking?

– Os pequenos e médios bancos se encontram, atualmente, no estágio de planejar as mudanças de estratégia e na implementação de modelos de negócios tecnológicos. Alguns bancos ainda estão estudando se irão aderir ao open banking. O maior desafio deste segmento é o investimento em novas tecnologias. Desta forma, acreditamos que o compartilhamento de plataformas e de sistemas de segurança são o melhor caminho para que os bancos médios e pequenos possam aproveitar as novas possibilidades de negócios que irão surgir e, ainda, poder competir com as grandes instituições.

Quantas empresas financeiras a consultoria está atendendo?

– Estamos prestando consultoria para o conjunto das instituições abrigadas sob o guarda-chuva da ABBC. Atualmente 92 instituições financeiras participam dos grupos de trabalho.

Acredita que até o final deste ano a maioria dos pequenos bancos brasileiros estará de acordo com as orientações legais do Conselho Monetário Nacional e o Banco Central?

– Vejo uma maturidade do sistema open banking acontecer mais adiante, no médio prazo, sobretudo quando comparamos com o que ocorreu em outros países da Europa, como na Itália e na Inglaterra. No Brasil, há uma agenda que evoluirá em 2021. Entendemos que algumas instituições devem aderir somente a partir do próximo ano. Para que o open banking funcione bem, todos os atores devem estar sincronizados e esta organização leva algum tempo.

Como avalia a forma de regulamentação do open banking no Brasil?

– O modelo brasileiro foi inspirado no modelo europeu. O Banco Central, contudo, foi mais arrojado e incluiu o compartilhamento de dados de crédito, investimentos e previdência.

Que outras considerações faz do processo do open banking?

– Acredito que as mudanças que estão em curso no mercado financeiro são revolucionárias e vão trazer novas oportunidades de negócios. O open banking já é um caso de sucesso na Europa. No Reino Unido, por exemplo, o sistema abriu a possibilidade de novos entrantes no mercado e novos modelos de negócios para as instituições tradicionais. Quando o processo teve início, havia 104 participantes. Um ano depois, saltou para 204 adesões. Acredito que o cenário internacional aponta um caminho igualmente promissor para o Brasil.

Link da matéria na íntegra: https://monitormercantil.com.br/instituicoes-financeiras-se-ajustam-para-operar-como-banco-aberto

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