Categoria: Retail & Consumer Goods

Varejistas reforçam medidas de segurança para evitar cibercrime

Ações de monitoramento constante sobre anomalias e tráfego de dados, conscientização e checagem de fornecedores e vendedores parceiros, bem como a adoção de políticas de “confiança zero” para usuários estão entre as medidas de cibersegurança adotadas no dia a dia de grandes varejistas como Magazine Luiza, Mercado Livre e Amazon, e que ganham ainda mais atenção na Black Friday.

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O fim da Etna e o futuro do varejo de móveis e decoração

Etna faz queima de estoque para encerrar operação após anos em dificuldades; para analistas, faltou investir no online e atualizar lojas. Por Mariana Desidério A rede de varejo de móveis e decoração Etna anunciou há alguns dias o fim de suas atividades com uma mega liquidação e descontos de até 90% para a queima total do estoque. A decisão é o início do fim de um longo período de crise na varejista, que vinha fechando lojas há alguns anos. Para quem observa o setor, o movimento ajuda a entender as tendências que guiaram o varejo de móveis e decoração nos últimos anos e e que vão influenciar o seu futuro. O encerramento das atividades coincide com um momento peculiar para o setor. Trancadas em casa, as pessoas passaram os últimos anos pensando e investindo em decoração, o que movimentou o setor. O aquecimento do mercado, no entanto, não foi suficiente para compensar alguns erros estratégicos que deixaram a Etna para trás. Fundada em 2004, a Etna nasceu com a ambição de ser a maior varejista especializada móveis e decoração do país, concorrendo diretamente com a Tok&Stok. A companhia chegou a ter 18 lojas em 2015, mas vem fechando unidades há anos – hoje restam apenas quatro lojas, sendo três no estado de São Paulo e uma em Brasília. Apesar da ambição, a Etna nunca chegou a ser uma operação totalmente madura. Com dificuldade para gerar resultado, a companhia sofreu com a crise econômica de 2015 e não conseguiu se recuperar. Não foram poucas as tentativas de venda ou fusão da companhia de lá para cá, todas sem sucesso. A rede pertence à família Kaufman, a mesma dona da varejista de joias Vivara, essa sim, lucrativa e em expansão. A competição por atenção com a irmã rica também é apontada por analistas como uma dificuldade no caminho da Etna. Entre dar atenção a um negócio rentável e em expansão ou a um que precisava de mais investimento para vingar, os Kaufman ficaram com a primeira opção. A Vivara abriu capital em 2019 e hoje vale 6,6 bilhões de reais na bolsa. “Houve uma questão de atenção aos negócios. Quando foi preciso decidir onde alocar recursos para crescer e gerar valor, a tese da Vivara é muito mais atraente”, afirma Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail.   Parada no tempo Nesse contexto, a Etna acabou um tanto parada no tempo. A rede é baseada no modelo de megastores, com unidades grandes, custosas e cansativas para o consumidor. É um modelo inspirado na gigante Ikea, mas que perdeu espaço nos últimos anos. O setor de supermercados viveu um movimento parecido: os hipermercados perderam espaço, enquanto os atacarejos avançaram com preços competitivos, e as lojas de proximidade resolvem o problema do consumidor nas compras de última hora. A Tok&Stok acompanhou esse movimento e já investe há alguns anos em lojas menores em shopping centers. Mas a Etna manteve seu modelo de lojas padrão independentemente da praça. “A Etna permaneceu em um modelo de megastore que força o cliente a andar por toda a loja. O consumidor não tem mais essa disponibilidade”, afirma Jéssica Costa, sócia da AGR Consultores. Outra tendência que não foi acompanhada pela Etna é a das compras online. A Etna não investiu tanto quanto deveria no digital, e sofreu um grande baque com a pandemia. O avanço das compras pela internet nos últimos dois anos impulsionou empresas nativas digitais que já vinham ganhando espaço no segmento, como MadeiraMadeira e Mobly. No início do ano passado, a MadeiraMadeira recebeu aporte de 190 milhões de dólares liderado pelo SoftBank e pela Dynamo e foi avaliada em mais de 1 bilhão de dólares. Hoje já tem mais de 100 lojas físicas espalhadas pelo país. Já a Mobly levantou 812 milhões de reais em seu IPO também em 2021. Capitalizadas e com investimentos em ferramentas como inteligência de dados para impulsionar as vendas, elas foram tomando o espaço antes ocupado pela Etna. Além das facilidades do online, empresas que nasceram na internet vendem ao consumidor um serviço de curadoria de produtos que também não foi abraçado pela Etna. “É um modelo parecido com o do mercado da moda, em que a relação não é só transacional”, afirma Alexandre Machado, diretor de varejo e consumo da consultoria Bip. Essa tendência traz um novo comportamento por parte do cliente. Se antes ele comprava itens para casa pensando em ficar com aquele produto pelos próximos 10 ou 15 anos, agora mudar a decoração ou a disposição dos móveis vem se tornando mais comum. É uma tendência que exige ainda mais agilidade e inteligência dos players envolvidos. Para acessar a matéria original: https://exame.com/negocios/o-fim-da-etna-e-o-futuro-do-varejo-de-moveis-e-decoracao/

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Magalu lança rede social para compras em conjunto dentro de seu aplicativo com descontos de até 60%

Diante da crise econômica, estratégia permite alcançar mais consumidores, divulgar e vender produtos de novas categorias e reduzir custos em publicidade Glauce Cavalcanti RIO – O Magazine Luiza mira no social commerce e bota no ar o Compra Junto Magalu. A aplicação permite adquirir produtos com descontos em compras feitas em conjunto. Para fechar o número de pessoas necessárias e garantir o preço, o consumidor que reserva um item pode compartilhar o link da oferta com amigos e familiares. Os descontos variam entre 10% e 60% em momentos regulares de venda — podendo crescer quando a companhia realiza promoções específicas — e cobrem todas as categorias oferecidas. Em meio à queda no poder de renda da população, que impactou o resultado do comércio no fim do ano passado — quando a inflação anual bateu 10,06% — funciona ainda como ferramenta para ampliar as possibilidades de venda ao consumidor. — É uma grande oportunidade de apresentar categorias aos consumidores e também de reduzir custos de publicidade, permitindo repassar esse ganho em preço ao consumidor. Os descontos são em média de 30%, variando entre 10% e 60%, em situação normal — diz Vinícius Porto, diretor de Experiência do Cliente. — Ao garantir desconto a partir de compras grandes, permitimos que mais pessoas adquiram produtos de mais categorias ou voltem a consumir o que tinham parado de comprar por razões de economia. No quarto trimestre de 2021, o Magazine Luiza viu seu lucro líquido encolher 57,6%, para R$ 93 milhões, ante R$ 219,5milhões registrados de outubro a dezembro de 2020. Pesou a deterioração das condições macroeconômicas, com alta da inflação e da taxa de juros, avaliam especialistas. No ano, porém, o lucro avançou 50,8%, para R$ 590,7 milhões, na comparação com o ano anterior. A ferramenta, explica o executivo, é inspirada em tendência que avança de forma robusta na China, onde a modalidade de social commerce, aquele que faz vendas coletivas tendo redes sociais como engrenagem de venda, já responde por 13% das vendas do comércio eletrônico. Ele cita como exemplo o Pinduoduo, criado em Xangai. Em cinco anos, a plataforma que permite os usuários fazerem compras em conjunto ganhando descontos e benefícios bateu a gigante Alibaba, somando 789 milhões de usuários ativos em 2020, contra 779 milhões na companhia de Jack Ma. É um movimento que amplia o uso do social selling, que ganhou impulso na pandemia, quando pequenos comerciantes e mesmo consumidores podem atuar como vendedores de marcas diversas pelo canal digital. É estratégia adotada por grandes como Hering, do Grupo Soma, e L’Oréal. Em meio a desafios na economia e alta da concorrência no varejo — além Via, Americanas e outras brasileiras, asiáticas como Shopee e Shein crescem no país — a corrida por ampliar canais de venda e reduzir despesas se acirrou. Eduardo Yamashita, diretor executivo de Operações da Gouvêa Ecosystem e diretor de Inteligência da MosaicLab, avalia que, ao inaugurar esse modelo de social commerce no Brasil, o Magalu “abre a porteira” para outros grandes ecossistemas de varejo se movimentarem: — É um modelo de venda que cria uma desintermediação entre a indústria e o consumidor. Só grandes ecossistemas de varejo, com um super aplicativo, com bases robustas de logística e de consumidores, consegue fazer, pela enorme do negócio. Traz fluxo de vendas de forma muito rápida dentro da plataforma. Vinicius Porto explica que os preços e os produtos são estabelecidos justamente com base na margem de negociação de preço que a empresa tem junto aos fornecedores e pela análise de demanda verificada entre seus usuários. Como a base de usuários do aplicativo já é grande, a ferramenta permite reduzir o custo de aquisição do consumir, com queda no aporte de recursos em publicidade. No caso do Pinduoduo, a frequência de compra dos usuários alcança 50 vezes ao ano. E é uma estratégia que vai elevar os downloads do aplicativo do Magalu ao mesmo tempo em que freia a desinstalação, destaca Porto. Ajustes nas políticas de frete e margens Para Alexandre Machado, head de delivery para varejo e bens de consumo da consultoria Bip, a estratégia vai ampliar a clientela do Magalu entre os mais jovens, que usam redes sociais com muita naturalidade também como canal de compra. E os descontos trazem quem quer economizar: — Tudo o que oferece desconto acaba sendo vantagem. É o que acontece no atacarejo, por exemplo, de redes como Assaí e Atacadão, que têm uma proposta de valor muito forte. A oportunidade de economizar atrai o consumidor. Tem uma vertente de economia de escala e amplia recorrência de compra, pela sensação de pertencimento do consumidor Diante dos descontos maiores, dois fatores em especial colaboram para manter margens de lucro positivas, destaca o executivo. Um deles é a já citada redução de custo em publicidade e aquisição de consumidores. O outro é não oferecer frete grátis nessa modalidade de venda, embora o comprador tenha a opção de escolher retirada em loja, o que dispensa pagar pela entrega. As vendas são feitas no cartão, com bloqueio do valor no momento de reserva do item. O faturamento, no entanto, só acontece se o número de pessoas exigido para fechar a compra for atingido. De início o Compra Junto Magalu terá oferta apenas de itens de estoque próprio da varejista. No máximo até o fim deste semestre, porém, já deverá contar com parceiros do marketplace na rede social de compras. O Magalu tem mais de 160 mil sellers (vendedores) em seu marketplace. Deles, 96 mil são do tipo Parceiros Magalu, programa criado na pandemia para digitalizar pequenos lojistas. Em 2021, as vendas do marketplace cresceram 69% sobre um ano antes, tendo superado o faturamento das lojas físicas pela primeira vez. E perto da metade (45%) das vendas on-line da companhia Magalu já são de novas categorias, como moda e esporte, casa e decoração, beleza e cuidados pessoais. É estratégia que ajuda a ampliar a recorrência de compras. Entre as ofertas disponíveis nesta quarta-feira, a embalagem de 5 litros do sabão líquido OMO Lavagem Perfeita tem 40% de desconto, sendo vendida a R$ 40,90. Na outra ponta, tem também o iPhone 11

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Como criar estratégias digitais para enfrentar o poder oligopolista dos marketplaces

Você está realmente atento a alguns desafios que seu e-commerce convive dia a dia para enfrentar o poder dos marketplaces? No comércio online, por mais que e-commerce e marketplaces trabalhem com a venda de produtos e serviços online, eles possuem muitas diferenças. Enquanto um e-commerce é uma loja online com marca única, o marketplace é um site onde diferentes marcas e vendedores podem comercializar os seus produtos. No Brasil, as compras no marketplace são preferência entre os brasileiros, de acordo com a pesquisa “Cenário da Adoção do Marketplace Online”. O estudo revelou que 86% dos brasileiros acham o ambiente do marktplace a forma mais conveniente de consumir. O poder dos dados e o marktplace No que diz respeito a obter melhores informações dos consumidores via dados digitais, o marketplace leva grande vantagem na maioria dos casos pelo seu poder de investimentos. Já no o e-commerce, o marketing digital é todo da marca. A vantagem para e-commerce nesse caso é que o empreendedor investe quanto quer (ou quanto puder), onde quer, como quer e a visibilidade será da sua própria marca. Se por um lado apenas marcas robustas com fôlego financeiro conseguem maior penetração e melhores resultados, hoje no mercado existem diversas ferramentas com bom custo benefício para pequenos e-commerces impulsionarem suas vendas online. O passo seguinte é ter condições de construir um bom relacionamento com sua audiência. Para os marketplaces a gama de tecnologia e análise de dados pode ser bem maior devido aos seus graus de investimentos. Por outro lado, quando ocorrem problemas com um consumidor, existe uma preocupação que é da empresa que administra o shopping virtual. Afinal, é a marca do marketplace que se verá diante de uma crise de imagem. É por essa razão que marketpalces investem pesado em soluções como SSL (sigla do inglês sigla Secure Socket Layer, um protocolo que permite a impedir falsificações e violações online), criptografia de dados, selos de segurança, entre outros. Concorrência e casos envolvendo grandes players no Brasil Nessa seara digital, o oligopólio dos marketplaces é realmente gigante. Mas por quê? Pelo simples fato de deterem mais poder de investimentos para capturar e trabalhar dados dos consumidores no ambiente online? Pode ser, mas, o fato do aumento das vendas online durante a pandemia e a prática de pesquisar e comparar dos consumidores fizeram do marketplace o ambiente ideal para a escolha da melhor oferta. Voltando aos dados digitais, uma vez que você está em algum buscador procurando um produto ou serviço, você já está fazendo parte desse universo de informações que são a mina de ouro para quem tem um negócio online. Ao aceitar os termos e condições para navegar em um novo site, todo esse histórico de navegação também gera informações que serão trabalhadas para impactar você com anúncios em suas redes sociais, por exemplo. Cabe aqui um recorte sobre um caso recente envolvendo gigantes do marketplace no Brasil. O Magazine Luiza acusa a Via (dona das redes Casas Bahia e Ponto) de usar o mecanismo de busca do Google para desviar o seu tráfego (e logo, as vendas) para a empresa. Em seguida, poucos dias depois, a dona da Casas Bahia fez a mesma acusação contra o Magazine em outra ação (os processos continuam em andamento no Foro Central de São Paulo, ainda sem julgamento do mérito).   Por vezes, desleal e desrespeitosa, essa corrida não só fere à lei de proteção à propriedade intelectual em alguns casos, mas, gera uma concorrência feroz no ambiente de compras online. Hoje, vemos micros e pequenas empresas serem quase que obrigadas a fazer parte de um marketplace na busca não só por maior visibilidade, mas pela sobrevivência do seu negócio. Por outro lado, vemos diversas discussões mundo afora sobre a questão da privacidade e informações digitais. A União Europeia já discute esse poder do analytics e regras de privacidade. Imaginem um futuro onde mecanismos de busca sejam obrigados a trabalhar com apenas 5 preferências dos usuários? O que aconteceria com esse oligopólio dos marketplaces que encabeça os resultados de busca? Como enfrentar o poder dos marketplaces? Enfim, nesse ambiente digital voraz, onde não é sua empresa a única loja disponível, existem qualidades e diferenciais que podem ser o seu motor de vendas frente ao poder de obtenção de dados e penetração dos marketplaces. A forma como você se relaciona com seus clientes é o seu principal diferencial. Pelas redes sociais, na facilidade de acesso a informações em seu e-commerce, no seu atendimento personalizado… ou seja, o mais importante é entregar clareza, simplicidade, segurança e facilidade. São pontos determinantes para que o consumidor veja quem é a sua marca e o seu valor frente aos grandes players. Veja o caso das novas gerações de consumidores. Para se ter uma ideia, em junho de 2021, metade dos usuários da internet da geração Z nos Estados Unidos concordaram que as redes sociais eram fontes de informações importantes para as decisões de compra, segundo pesquisa do eMarketer. Ou seja, uma compra online depende de diversos elementos para se concretizar. Mas, certamente o principal deles é a confiança na marca. Por esse motivo, as recomendações pessoais são alavancas de compra poderosas para uma nova geração de consumidores digitais. Realmente, criar valor, gerenciar uma marca e a venda de produtos online é uma tarefa herculana. Muito mais que investimentos, ela demanda dedicação e estudo do empreendedor. E como vemos, os hábitos de consumo estão sofrendo mudanças dia a dia. Novas tecnologias e novos comportamentos revelam não apenas um novo campo de batalha, mas um consumidor mais exigente e informado. Bons exemplos no combate ao oligopólio dos marketplaces De acordo com Ricardo Saravalle, líder de Varejo da consultoria internacional Bip, para combater os marketplaces, alguns varejistas têm apostado em quatro estratégias de sucesso. Veja quais são e seus exemplos: Especialização – ou seja, em uma maior profundidade de sortimento e melhor preço nas categorias em que são destino. Um exemplo, o Compracerta, para fogões e geladeiras Modelo de Vendas – especificamente nas vendas via B2B2C digitais, alavancando o ecossistema e afiliados. São exemplos o ‘Sou Sócia’, da Marisa, e ‘Parceiro’, da Magalu. Desenvolvimento de conteúdo digital relevante – produção de conteúdo e informações pensadas para

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Consumidor terá ainda mais motivos para ser digital

RIO — Um carro que contrata um seguro temporário enquanto você dirige por uma área de risco, paga o pedágio, o estacionamento e até o hambúrguer na fila do drive-thru; uma geladeira que faz compras com o seu cartão quando a comida está acabando; um relógio — ou smartwatch — que encomenda e paga o seu almoço caso sua reunião no trabalho se estenda. O 5G e o avanço da Internet das Coisas prometem tornar isso tudo realidade em pouco tempo, levando o sistema financeiro e o comércio eletrônico a ganhar eficiência e oferecer produtos cada vez mais personalizados. Segundo a pesquisa Global Digital Banking Index 2021, da Accenture e do banco móvel N26, o Brasil tem o segundo maior contingente de clientes de bancos digitais do mundo, atrás apenas dos EUA. Cresceu 73% entre 2018 e 2020. Essa alta adesão dos brasileiros a transações financeiras eletrônicas tende a aumentar ainda mais com as facilidades de conexão prometidas pela nova geração de telefonia. Mais dados, menos riscos Para o presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez, do ponto de vista de crédito e investimentos, ficará mais fácil para instituições financeiras e start-ups precificarem produtos com maior acesso a dados dos usuários. A chegada do 5G coincide com a introdução de inovações do Banco Central como o sistema de pagamentos instantâneos Pix e o Open Banking, que compartilha informações de consumidores entre várias instituições. Para Perez, o 5G vai permitir que todos os dispositivos conectados façam transações financeiras, muitas vezes automatizadas. Luiz Fabbrine, líder da área financeira da consultoria Bip, também acredita que, com menor tempo de reposta no processamento de transações como Pix ou pagamentos via WhatsApp, o uso de carteiras digitais será potencializado, reduzindo a circulação de dinheiro vivo. Novos serviços e produtos financeiros tendem a aparecer nos aplicativos, com o uso de mídias, inteligência artificial, realidade virtual e aumentada em experiências de consumo on-line ou presenciais. — A maior velocidade e segurança da rede 5G para captura, armazenamento e processamento de dados em nuvem dará às instituições maior agilidade na personalização de ofertas customizadas de produtos, empréstimos ou investimentos, de forma pró-ativa. O uso de dados obtidos pelo Open Banking será beneficiado com maior capacidade dos sistemas de processar um alto volume de dados e analisar o comportamento do cliente em tempo real — diz Fabbrine. Teste em agências em SP Em junho deste ano, o Itaú se tornou o primeiro banco do país a ter uma agência física operando com 5G, por meio de uma licença experimental da Anatel. Três meses depois, uma segunda foi integrada ao projeto. Ambas localizadas em São Paulo, as agências experimentaram vantagens na interação com os clientes, conta Fabio Napoli, diretor de Tecnologia do Itaú Unibanco: — Vemos essa tecnologia não apenas com foco nos canais digitais, mas também como oportunidade para a criação de novas experiências presenciais. Para isso, precisamos de uma comunicação com alta disponibilidade, banda disponível para suportar aplicações baseadas em transmissões de vídeo e baixo tempo de resposta para prospectarmos cenários de uso de interação a distância com aplicações de realidade virtual, por exemplo. Nativo digital, o C6 Bank já desenvolveu seus produtos financeiros para a integração a ecossistemas on-line. Com o 5G, Maxnaun Gutierrez, head de Produtos e Pessoa Física do banco digital, espera que a interação dos clientes com assessores de investimentos para a oferta de produtos financeiros complexos seja mais fácil e que se aprofunde a tendência de meios de pagamento cada vez mais “invisíveis”: — As transações on-line ganharam um grande impulso no último ano com o Pix. A dinâmica das “chaves”, com a transferência para números de celulares, e-mail ou QR Code, amplia as situações de uso e permite uma incontável quantidade de experiências. Só o micropagamento ainda não se transformou e segue sendo feito pela maquininha. As pequenas e médias empresas vão fomentar essa transição e, em cerca de três anos, é muito factível que tenhamos apenas um resíduo do uso do papel-moeda. O brasileiro já é digital.Ele só não estava digital no mercado financeiro. Leandro Marçal, diretor de tecnologia do banco Pan, espera que o novo padrão tecnológico favoreça o acesso à educação financeira e jornadas personalizadas, promovendo tomadas de decisões mais conscientes do brasileiro em relação ao dinheiro: — Somos fortes em produção de conteúdo sobre educação financeira e tendências. Hoje, toda a publicação acontece em plataformas distintas. Com o 5G, poderemos incluir todas essas informações, inclusive em vídeo, no aplicativo sem gerar queda na navegação dos clientes. É realmente um ganho positivo para a inclusão financeira com responsabilidade.   Passo lento no e-commerce  Enquanto os bancos já estão a todo vapor na integração com o 5G, os sites de e-commerce ainda caminham em marcha lenta. Segundo Fernando Moulin, especialista em negócios e transformação digital e  sócio da Sponsorb, a maior parte dos e-commerces está iniciando sua preparação para esta nova realidade. As principais iniciativas são testes de soluções para e-commerce suportadas por tecnologias de realidade virtual ou realidade aumentada. — Os aplicativos e sites ainda não estão sequer preparados para as altíssimas velocidades de resposta aos cliques e de carregamento das páginas, e de velocidades de download e upload de arquivos que o 5G permitirá. Haverá a necessidade de alguns meses ou anos para que o 5G seja massivamente adotado — conta. Após a adaptação, porém, o especialista entende que a maior conectividade pode diminuir dificuldades técnicas de carregamento ou entendimento da navegação nos sites e apps, substituindo o excesso de textos descritivos ou a falta de detalhes sobre os produtos vendidos por vídeos e imagens de alta definição. Ou ainda integrando as redes sociais e sites com experiências virtuais engajadoras que complementem a jornada do usuário do e-commerce e aumentem a conversão em vendas. Um outro lado a ser observado, de acordo com o presidente da ABFintechs, Diego Perez, é a automatização de processos, com maior número de operações machine to machine, aquelas em que as máquinas conversam e fazem transações entre si. — A mudança pode trazer maior eficiência para a cadeia de distribuição de produtos. Um terminal disponível no metrô ou na rodoviária, que disponibiliza água e refrigerante,

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